Um dos maiores entraves para a produção de beijupirá (Rachycentron canadum) é a formulação de dietas, que venham atender às necessidades nutricionais da espécie em cativeiro. Em vista disso, a utilização de alimentos funcionais em dieta animal tem sido valorizada devido aos benefícios à saúde que esses alimentos podem promover. A macroalga Ulva fasciata possui atividades biológicas, como ação antioxidante e antiflamatória. Portanto, este estudo teve como objetivo incluir o farelo de Ulva fasciata como ingrediente funcional na dieta para a criação dessa espécie. Desta forma, contribuindo para o desenvolvimento de técnicas sustentáveis de produção de beijupirá, foi montada uma unidade de aquicultura multitrófica integrada em sistema de recirculação de água, tendo a U. fasciata como uma das etapas de filtração. Para a avaliação da eficiência da utilização da macroalga na dieta do peixe foram ofertadas dietas peletizadas isoproteicas, isolipídicas e isocalóricas com a inclusão do farelo de Ulva fasciata (0; 5,0; 10,0 e 15%) com três repetições por tratamento. Foram distribuídos 20 peixes em cada unidade experimental de 310 L. Para avaliar o desempenho aos 62 e 94 dias de experimento, os juvenis de beijupirá ficaram em jejum de 24 horas. Os parâmetros avaliados foram: consumo alimentar, peso final, ganho de peso, conversão alimentar, comprimento, índice de eficiência alimentar, índice de consumo alimentar, taxa de crescimento específico, taxa de eficiência proteica e fator de condição. As respostas aos valores crescentes do farelo de Ulva fasciata foram avaliadas por análise de regressão para os parâmetros de desempenho, e analisados por meio dos modelos de regressão quadrática, conforme o melhor ajustamento obtido para cada variável. Os resultados submetidos à análise de variância pelo teste de médias (Tukey) a 5% de probabilidade de erro foram para os seguintes parâmetros: peso corporal, peso de vísceras, peso de fígado, índice viscerossomático (IVS), índice hepatossomático (IHS), composição corporal de peixes eviscerados, atividades de catalase, glutationa S-transferase e medidas morfométricas do intestino delgado. O programa estatístico utilizado foi o SISVAR. Para os dois períodos avaliados, não houve diferença significativa para consumo de ração. Nos demais parâmetros avaliados houve diferença significativa aos 62 e 94 dias de experimentação, sendo que para todos os parâmetros a melhor porcentagem de inclusão da macroalga foi 10%. Houve diferença estatística para peso de peixe aos 94 dias e peso de vísceras. Não havendo diferença P>0,05 para peso de fígado, IVS e IHS. Houve efeito significativo P<0,05 para atividade de catalase mitocondrial e citoplasmática do fígado aos 94. Houve diferenças significativas (p < 0,05) para composição corporal de juvenis de beijupirá eviscerados. A umidade, cinzas e proteína da composição corporal não diferiram (p > 0,05) entre os tratamentos. A porcentagem de lipídeos dos peixes que não receberam o farelo de U. fasciata foi significativamente menor do que dos peixes que receberam 10 e 15%. Não houve diferença (p > 0,05) para morfometria intestinal. A macroalga U. fasciata pode ser incluída em dietas para juvenis de beijupirá.