Introdução: Diabetes mellitus é um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos, associado a complicações microvasculares, hiperglicemia, implicando em maior risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares. O controle glicêmico intensivo (HbA1c ~ 7,0%) reduz complicações microvasculares crônicas. A banana verde apresenta níveis significativos de amido resistente, possui funções fisiológicas na regulação intestinal, controle da glicemia e retardo do esvaziamento gástrico. Objetivo: Avaliar os efeitos do consumo da biomassa de banana verde em pacientes com pré-diabetes (HbA1c entre 5,7% e 6,4%) e diabetes (HbA1c ≥ 6,5%), sobre parâmetros antropométricos, bioquímicos e nutricionais. Métodos: Foram incluídos 113 pacientes com idade média de 65 anos, acompanhados durante seis meses por meio do atendimento médico e nutricional periódico, randomizados entre grupo biomassa (n=62), que receberam orientação nutricional específica para a doença e consumiram 40g de biomassa de banana verde, aproximadamente 4,5 g de amido resistente, e grupo controle (n=51), que receberam orientação nutricional específica para a doença. Os parâmetros clínicos (pressão arterial, dados antropométricos, impedância bioelétrica) e laboratoriais (glicemia de jejum, HbA1c, colesterol total e frações, triglicérides, insulina) foram avaliados no período basal e ao final da intervenção. Resultados: No grupo biomassa observou - se diminuição da pressão diastólica (p=0,010), perda de peso (p=0,002), e consequente diminuição do IMC (p=0,006). Em ambos os grupos notou–se a diminuição das medidas de circunferência da cintura e quadril, respectivamente, no grupo biomassa (p<0,0001 e p=0,003) e no grupo controle (p<0,0001 e p=0,003). Houve diminuição significativa da glicemia de jejum (p=0,021) e da HbA1c (p=0,0001) no grupo biomassa, e redução da HbA1c (p=0,002) no grupo controle. Não foram observadas alterações no colesterol total, LDL-C, triglicérides em ambos os grupos, porém houve diminuição do HDL-C no grupo controle (p=0,020). A variação percentual dos parâmetros bioquímicos, entre grupos, apresentou significância estatística somente
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para HDL-C (p=0,021). Porém, quando a intervenção foi analisada de acordo com a condição de diabetes ou pré-diabetes, houve tendência nos pré-diabéticos a maior redução da glicemia (p=0,077) no grupo controle e da HbA1c (p=0,085) no grupo recebendo a biomassa, sem modificações nos pacientes com DM. Verificando o consumo alimentar, em ambos os grupos observamos um aumento no consumo de fibras (biomassa p<0,0001 e controle p=0,020), diminuição do consumo de lipídeos na dieta (biomassa p=0,050 e controle p=0,005) e da gordura poli-insaturada (biomassa p<0,0001 e controle p=0,014), houve aumento da ingestão de colesterol no grupo biomassa (p=0,018). No grupo controle a ingestão de gorduras saturadas foi menor no período final quando comparada ao grupo biomassa (p=0,012), houve a diminuição da ingestão dessas gorduras (p=0,020) e aumento do consumo de carboidratos (p=0,009). Não foram observadas alterações no consumo de proteínas. Conclusão: A biomassa de banana verde modificou favoravelmente o perfil glicêmico, antropométrico, sendo uma boa estratégia alimentar,