Este estudo analisou a farmacocinética do anestésico inalatório desflurano nos modos de ventilação controlada a pressão (PCV) e a volume (VCV). O objetivo foi avaliar se os modos ventilatórios (PCV e VCV) interferem na captação e eliminação do desflurano, uma vez que a PCV poderia melhorar as trocas gasosas, otimizando a relação ventilação-perfusão. Para atingir esse propósito, foram randomizados em 33 pacientes, estado físico ASA I, submetidos à anestesia geral, sendo a indução realizada com propofol, fentanil e rocurônio como bloqueador neuromuscular. A anestesia foi mantida com propofol e remifentanil em bomba de infusão continua. Os pacientes foram ventilados com oxigênio a 60%, com fluxo de 6 L/min, em sistema sem reinalação. A VCV e a PCV foram realizadas com VC de 8 mL/kg, pico de pressão inspiratória de 30 cm H2O, a relação tempo inspiratório e expiratório de 1:2, sem PEEP. A frequência respiratória foi ajustada para manter EtCO2 entre 25 e 40 mmHg. Após a indução, foi administrado desflurano com concentração de 6% por 30 minutos. Os pacientes foram ventilados a PCV e VCV, de forma aleatória pelo início do modo ventilatório. A cinética do desflurano foi determinada através do registro da Fi e FA a cada 10 segundos no primeiro minuto e nos tempos 5, 10, 15, 20, 25 e 30 minutos. Após este período, o vaporizador foi desligado e foram registrados os valores de FA neste momento e também a cada 30 segundos nos primeiros 5 minutos. As 33 pacientes possuíam média de idade de 38,4 ± 6,8 anos, peso real corporal médio de 63,3 ± 8,4 Kg e altura média de 1,60 ± 0,1 m. Durante a indução da anestesia, captação e eliminação do desflurano não foram observadas alterações da frequência cardíaca e da pressão arterial média tanto na PCV quanto na VCV. Durante a captação e eliminação do desflurano, os parâmetros volume minuto e valores do BIS não apresentaram diferença estatisticamente significativa entre os dois modos ventilatórios. Na eliminação do desflurano, houve diferença na análise do EtCO2 ao desligar o vaporizador. Durante a administração do desflurano, não houve diferença significativa na relação FA/Fi. Durante a eliminação deste inalatório, houve diferença estatística em dois momentos, no primeiro e no terceiro minutos. Nas condições deste estudo, a captação do desflurano foi semelhante nos dois modos ventilatórios, entretanto durante a eliminação houve diferença em dois momentos.