Objetivou-se com este estudo avaliar a capacidade de Sthaphylococcus Coagulase
Positiva (SCP), isolados de amostras de leite em casos de mastite subclínica bovina
da Bacia Leiteira do Estado de Alagoas, produzirem biofilmes e sua sensibilidade
aos agentes desinfetantes utilizados no pré e pós dipping. Foram selecionadas 10
propriedades situadas em municípios da bacia leiteira do Estado de Alagoas, que
forneciam leite para laticínio sob inspeção federal. Foi realizado o teste CMT em
1155 vacas e coletadas as amostras CMT positivo a partir de 2+, totalizando 891
amostras que foram submetidas ao exame microbiológico para isolamento e
identificação de SCP, totalizando 148 isolados. A capacidade de produção de
biofilmes foi determinada pelo teste de aderência em microplacas. Para avaliar a
ação “in vitro” dos desinfetantes utilizados no pré e pós dipping foram utilizados os
seguintes princípios ativos: ácido láctico (2%), alantoína (0,05%), iodo (0,5%),
clorexidine (2,0%), cloro (2,5%), nos tempos de 15”, 30” e 60”. O teste de aderência
em microplacas demonstrou que 91,2% (135/148) dos isolados de SCP foram
capazes de formar biofilme; destas, 22,2%, 29,6% e 48,2% apresentaram-se como
fortes, moderadas e fracas produtoras, respectivamente. O perfil de sensibilidade
dos isolados frente à clorexidine foi de 83,78%. Quanto ao iodo, observou-se
66,22% de sensibilidade. Para a alantoína, os isolados apresentaram sensibilidade
de 37,74%. Ao ácido láctico, 22,3% das amostras foram sensíveis, e ao cloro,
observou-se que 17,57% dos isolados foram sensíveis. A maioria dos isolados foi
capaz de produzir biofilmes, habilidade esta associada ao potencial dos
microrganismos causarem infecções persistentes e de difícil tratamento. A melhor
atividade desinfetante “in vitro” foi observada para clorexidine e iodo e ressalta-se a
importância da avaliação periódica da eficácia dos desinfetantes utilizados nas
propriedades leiteiras da região estudada.