A identificação e classificação do comportamento alimentar em ruminantes ajudará a melhorar a eficiência da produção animal. O objetivo do primeiro estudo foi determinar a acurácia, sensitividade, especificidade e precisão que os acelerômetros de três eixos podem identificar e classificar o comportamento de ovelhas a pasto. Foram utilizadas ovelhas South African Meat Merino × Merino com 22 meses de idade. Os animais foram alocados em uma pastagem melhorada ou em uma pequena área para a observação dos comportamentos (pastejo, deitado, de pé, caminhando e correndo). O acelerômetro foi posicionado no maxilar inferior de cada ovelha. Três epochs (3 s, 5 s e 10 s) com 44 variáveis foram usados para classificar os comportamentos. Os cinco comportamentos foram classificados usando o algorítmo de árvore de decisão para determinar a acurácia, sensitividade, especificidade e precisão do modelo. Este algorítmo classificou corretamente 90,5, 92,5 e 91,3% dos dados avaliados para o comportamento de pastejo para os epochs 3, 5 e 10 s, respectivamente. Não foi encontrada diferença significativa para acurácia nos dados de avaliação e validação do comportamento de pastejo em cada epoch. O modelo prediz os comportamentos pastejo e correr com a mais alta precisão, sensitividade e especificidade para os dados validados no epoch 10 s. Os dados de avaliação e validação em epoch 5 s foi selecionado como o mais adequado com base nos valores de Kappa. O estudo de sub-comportamentos a nível bocado e mastigação pode levar a uma melhor compreensão do comportamento alimentar e consumo a pasto. O objetivo do segundo estudo foi avaliar a capacidade do acelerômetro de três eixos em discriminar as atividades de bocado e mastigação de ovelhas durante o pastejo e também avaliar uma nova abordagem para contar o número de bocados a partir dos dados do acelerômetro. Foram avaliados dois cenários, sendo que no primeiro (S1) foi avaliado aveia forrageira e azevém perene plantados em pequenas caixas. As forrageiras foram ofertadas em quatro sessões de ~2 minutos para cada espécie. No segundo cenário (S2), cortou-se o azevém em diferentes alturas – baixa, média e alta. Três epochs (1 s, 3 s e 5 s) com 44 variáveis foram usados para classificar os comportamentos. O comportamento “outro” alcançou o mais alto valor para precisão, sensitividade e especificidade (100,0%, 95,4% e 100,0%, respectivamente) para S2 no epoch 5 s. No geral, o acelerômetro foi capaz de classificar os comportamentos bocado, mastigação e "outros" baseado nos valores de Kappa para ambos os estudos. Em S1, houve diferenças entre as espécies quanto à profundidade de mordida, consumo e massa do bocado. Foi encontrada uma baixa correlação entre a contagem de bocado estimada pelo acelerômetro (Bite1 e Bite2) e a contagem de bocado (visual) para a aveia em S1 (R = -0,37 para Bite1 e Bite2), mas a correlação melhorou para o azevém (R = 0,79 e R = 0,83, Bite1 e Bite2, respectivamente). Estes resultados ilustram que é possível estimar as características de comportamento alimentar usando acelerômetros.