A gestão pública tem papel fundamental no incentivo ao desenvolvimento econômico e à
redução da desigualdade social que marcam o país. Inseridas em um ambiente de
aproximação entre sociedade e gestão pública, a universidade, solidária à administração, tem a
função de contribuir para os aspectos de promoção de mudanças e de ser indutora do
desenvolvimento, alicerçada nos pilares do ensino, da pesquisa e da extensão. Contudo, o
atendimento das demandas de interesse da sociedade requer a necessidade de aplicação de
recursos públicos destinados à cobertura das aquisições dos materiais e contratações de
serviços dos mais diversos tipos. Sob uma posição de zelo aos gastos públicos, as compras
governamentais são submetidas à Lei de Licitações, o que culmina na atuação da gestão
pública em assumir procedimentos específicos e padronizados direcionados a uma negociação
com vistas à redução do preço estimado. O objetivo desta pesquisa foi investigar as relações
existentes entre as variáveis que impactam no preço dos pregões eletrônicos em três
Universidades Federais localizadas no Rio Grande do Sul. Foram consideradas as variações
percentuais mensais entre o preço estimado e final, o número de licitantes que ofertaram
propostas e o número de pregões realizados de 2011 a 2016. Para as análises, foram usadas
estatísticas descritivas a fim de traçar e descrever suas características. Posteriormente, foi
realizado um estudo explorando as relações entre as variações percentuais mensais e o número
de licitantes e, posteriormente, foram ajustados os modelos de regressão para analisar a
evolução temporal, respectivamente, para o número de licitantes e o número de pregões das
instituições do estudo. Constatou-se que 73,68% foram pregões realizados para aquisição de
materiais para as instituições, e os outros 26,32% referentes à contratação de serviços e que o
número de empresas licitantes foi superior a 90 mil. Observou-se que houve correlação
significativa, apesar de fraca, entre as variáveis, no caso da UFRGS, para empresas de médio
e grande porte, e na UFSM e UNIPAMPA, para o número de pequenas empresas licitantes
nas contratações de serviço. O ajuste dos modelos de regressão linear para o número de
licitantes foi estatisticamente significativo e, em sua maioria, os coeficientes angulares foram
negativos. Além disso, observou-se, por meio do paralelismo entre as retas, indicando
crescimento similar entre as IFES no que se refere ao número de pregões. Conclui-se que, no
período, os pregões eletrônicos trouxeram mais de R$ 1,5 bilhão de economia às instituições
estudadas e que houve correlação inversa entre as variações percentuais e o número de
licitantes que ofertaram propostas durante os pregões eletrônicos, além de que, na maioria das
IFES, houve um decréscimo no número de licitantes no período considerado.