Objetivos: Comparar, entre os gêneros de amostra de voluntários saudáveis,
o ultrassom de articulações de pequeno, médio e grande porte, os seguintes
parâmetros: 1) Hipertrofia sinovial (medida quantitativa e semiquantitativa na
escala de cinza); 2) Fluxo sanguíneo sinovial (medida semiquantitativa de
power Doppler - PD); e 3) Erosão óssea subcondral (medida semiquantitativa
na escala de cinza). Métodos: Foi realizado um estudo de corte transversal
onde o ultrassom musculoesquelético (USME) de pequenas, médias e
grandes articulações foi comparado entre os gêneros de uma população de
indivíduos saudáveis. Os critérios de inclusão foram os seguintes: ambos os
gêneros e com idade de 18 a 80 anos. Os critérios de exclusão foram: dor ou
edema em qualquer articulação, presença de qualquer outra enfermidade,
gestação e amamentação. O grupo 1 foi formado por 100 mulheres e o grupo
2, por 60 homens. Esta avaliação foi realizada em um único tempo para cada
indivíduo. Os grupos foram pareados por idade e índice de massa corpórea
(IMC). Individualmente, foram avaliados 46 recessos articulares. No total
foram estudados 7360 recessos articulares para as medidas quantitativas
(22080 medidas). Para as semiquantitativas, foram 22720 medidas (hipertrofia
sinovial = 7360, PD= 7360 e erosão óssea= 8000). As articulações e os
recessos articulares escolhidos foram os que são considerados mais
relevantes na prática clínica do reumatologista. A avaliação foi bilateral, nas
seguintes articulações: 2ª e 3ª interfalângicas proximais (IFP), 2ª e 3ª
metacarpofalângicas (MCF), punho, cotovelo, glenoumeral, quadril, joelho,
talocrural, talonavicular, talocalcânea, 1ª, 2ª e 5ª metatarsofalângicas (MTF).
Estatística: Foram utilizados os seguintes testes estatísticos: teste de
normalidade de Kolmogorov-Smirnov, Mann-Whitney, Kruskall-Wallis,
ANOVA, Teste do Qui-quadrado de Pearson, t-Student e Teste Exato de
Fisher. Fora considerada uma significância estatística de 5% (p<0,05).
Resultados: A idade média da amostra foi (feminino/masculino): 45,0 (±14,7)
/ 44,5 (±14,6) p=0,919. O IMC foi (feminino/masculino): 25,65(±4,43) / 26,11
(±3,57) p=0,472. Encontrou-se diferença estatística com valores maiores no
gênero feminino para as medidas quantitativas de hipertrofia sinovial nos
seguintes recessos: radiocárpico, radioulnar distal e ulnocárpico, 2ª e 3ª IFP dorsal, 2ª MCF palmar, 2ª e 3ª IFP palmar, glenoumeral (axilar e posterior),
quadril, talocrural, talonavicular e talocalcânea. No gênero masculino na 5ª
MTF dorsal. Para as medidas semiquantitativas encontrou-se diferença
estatística nos seguintes recessos: A) hipertrofia sinovial: nas 2ª e 3ª MCF
palmar, 2ª IFP palmar, quadril, talocrural, talonavicular, talocalcânea e 2ª MTF
dorsal, com maiores medidas no gênero feminino. B) power Doppler:
talonavicular com maiores alterações no gênero feminino e, 1ª, 2ª e 5ª MTF
dorsal, no gênero masculino. C) Erosão óssea: radiocárpica, com maiores
alterações no gênero feminino e talonavicular, com maiores alterações no
gênero masculino. Conclusão: ao USME encontramos maiores medidas
quantitativas e semiquantitativas de hipertrofia sinovial no gênero feminino.
Para a maioria dos recessos articulares, não se encontrou diferença
estatística entre os gêneros para a medida de PD e erosão óssea.