Objetivou-se avaliar se existem diferenças entre os limites anatômicos anteriores e posteriores utilizados para determinação tridimensional das subdivisões das vias aéreas faríngeas (VAF) de acordo com idade, sexo, maloclusão esquelética, padrão vertical e inclinação da cabeça, e avaliar em tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) a área de secção transversa mínima (ASTM) e o volume das VAF de pacientes submetidos a cirurgia de avanço mandibular em um período de acompanhamento de no mínimo um ano. Para o primeiro estudo, a amostra incluiu 150 TCFCs de pacientes saudáveis divididas nos seguintes grupos: faixa etária: crianças em dentição mista ( 6 a 11 anos), crianças em dentição permanente (12 a 16 anos) e adultos (acima de 16 anos); sexo: feminino e masculino; maloclusão esquelética: Classe I (1° < ANB < 5°), Classe II (ANB > 5°), e Classe III (ANB < 1°); padrão vertical: braquifacial (FMA < 22°), mesofacial (22° < FMA < 28°) e dolicofacial (FMA > 28°); e inclinação crânio cervical (ICC): postura natural da cabeça (90° < ICC < 110°), flexão da cabeça (ICC < 90°),e extensão da cabeça (CCI >110°). Regiões anatômicas foram criadas para determinar a correspondência entre estruturas localizadas anterior e posteriormente às VAF. No estudo prospectivo que avaliou as vias aéreas de pacientes submetidos a cirurgia de avanço mandibular, 14 pacientes com necessidade de cirurgia de avanço mandibular foram avaliados em 3 tempos: (T1) pré-cirúrgico, (T2) pós-cirúrgico, e (T3) no período de acompanhamento de no mínimo 12 meses. Um grupo controle foi constituído por 14 TCFCs de pacientes Classe I. Foram avaliadas a ASTM e parâmetros volumétricos do segmento total da faringe, velofaringe e orofaringe. No estudo referente aos limites anatômicos, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre a frequência de localização das regiões anatômicas entre diferentes faixas etárias, maloclusões, e padrões esqueléticos verticais. Entretanto, foram observadas diferenças estatísticas na localização da epiglote, valécula, hioide, C2 e C3 de acordo com a ICC, e na localização da valécula, C3 e C4 de acordo com o sexo. Quanto ao estudo que avaliou as VAF de pacientes submetidos à cirurgia de avanço mandibular, os volumes total, da velofaringe e orofaringe avaliados apresentaram um aumento expressivo clínico não significativo durante o período de acompanhamento e quando comparado ao grupo controle. Um aumento significativo (p<0.05) foi observado na ASTM da VAF total e em suas subdivisões e esta alteração se manteve estável em T3. Conclui-se que ambas estruturas, anteriores ou posteriores podem ser utilizadas para delimitar as VAF independente da faixa etária, padrão vertical e maloclusão esquelética. No entanto, os estudos devem ser pareados em relação ao sexo e a ICC deve ser padronizada. A cirurgia de avanço mandibular proporcionou um aumento na ASTM que permaneceu estável no período de acompanhamento de no mínimo um ano.