O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil fenotípico e genotípico da susceptibilidade antimicrobiana, e o possível envolvimento de enzimas ESBLs em isolados oriundos de carnes de frango. Foram utilizados 18 isolados de Salmonella Heidelberg (SH) e 9 de S.Enteritidis (SE) pertencentes a bacterioteca do Laboratório de Biologia Molecular, Imunologia e Microbiologia (LABMIM) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) também isoladas de carnes de frango no estado do Paraná foram utilizadas. Os 27 isolados de SE e SH foram submetidos aos teste de disco-difusão para definir o Índice de Resistência Múltipla aos Antimicrobianos (IRMA) e a Resistência a Múltiplas Drogas (MDR) utilizando-se os seguintes antimicrobianos: amoxicilina associado ao ácido clavulânico, ácido nalidíxico, cefotazima, ceftazidima, ceftiofur, ceftriaxone, enrofloxacina, estreptomicina, gentamicina, e tetraciclina. Foi considerado multirresistente o isolado que apresentou resistência a três ou mais classes de antimicrobianos. Outro teste realizado foi o disco-aproximação com o intuito de averiguar zonas de inibição interpostas, indicativas da produção de enzimas beta-lactamases de espectro estendido (ESBLs). Nos isolados de SH que apresentaram multirresistência (18/18) foi realizada a pesquisa de genes de resistência relacionados às ESBLs, sendo eles: blaCMY-2, blaSHV-1, blaTEM-1, blaCTX-M2, blaOXA-1, blaPSE-1 e AmpC através da técnica de PCR. A resistência geral encontrada foi de 17,77% e 80,55% para SE e SH, respectivamente. Os maiores níveis de resistência foram observados para o ácido nalidíxico, onde ambos sorovares foram 100% resistentes, seguido do ceftiofur com 22,22% para SE e 100% para SH. O padrão de resistência mais encontrado foi o B, cujo as classes são: penicilina, cefalosporinas, quinolona e tetraciclina, presentes em 42,1 % dos isolados de SH. De acordo com o teste de disco-aproximação não observamos zona de inibição, porém quanto a pesquisa dos genes de resistência via beta-lactamases de espectro estentido (ESBLs), detectamos cinco dos sete genes avaliados sendo que a média de prevalência dos genes estudados foi de 26,18%, onde os genes blaTEM-1, blaCMY-2 e AmpC obtiveram maior amplificação (83,33%, 38,88% e 38,88%, respectivamente). Os genes blaOXA-1 e blaPSE-1 não foram detectados. Estes resultados certamente denotam preocupação por se tratar de uma bactéria que causa doença em humanos e que pode estar presente em carnes de frango, com elevado perfil de resistência as cefalosporinas de terceira geração, sendo esta a classe de antimicrobianos mais utilizada no tratamento e controle das salmoneloses humana e animal.