Avaliou-se o efeito da substituição da cana-de-açúcar por palma forrageira (0; 33; 66 e
100%) na dieta de ovinos sobre o consumo e digestibilidade dos nutrientes,
comportamento ingestivo, desempenho animal, composição tecidual da perna,
características de carcaça, peso e rendimento dos cortes cárneos, composição química,
parâmetros físico-químicos e perfil lipídico da carne. Foram utilizados 36 animais da
raça Santa Inês, machos, não castrados, com peso inicial médio de 22 ± 2,3 kg e quatro
meses de idade, distribuídos em um delineamento em blocos casualizados. Verificou-se
consumos máximos de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB),
fibra em detergente neutro (FDN) e matéria orgânica digestível (MOD) de 1,31; 1,19;
0,219; 0,358 e 0,845 g/kg com 42,5; 38,5; 38,8; 21,3 e 44,9% de substituição
respectivamente. As digestibilidades da MS, MO, PB e EE aumentaram linearmente,
porém a FDN apresentou digestibilidade máxima de 500,63 g/kg com 64,2% de
substituição. O tempo de ruminação e as eficiências de ruminação diminuíram com a
substituição enquanto que o tempo de ócio aumentou. O tempo de mastigação total
apresentou mesmo comportamento do tempo de ruminação. O ganho de peso médio
diário, ganho total e o peso final apresentaram valores máximos de 0,232; 16,2 e 38,6
para os níveis de substituição de 39,1; 38,2 e 40,4%. Verificou-se comportamento
quadrático para o peso corporal ao abate, peso do corpo vazio, peso de carcaça quente e
fria com valores máximos de 38,60; 32,76; 18,70 e 18,11 kg para os níveis de
substituição de palma forrageira de 40,18; 45,73; 44,42 e 43,14% respectivamente. Os
rendimentos de carcaça quente e fria apresentaram comportamento linear crescente e o
rendimento biológico apresentou comportamento quadrático. Os índices de
compacidade da carcaça e da perna apresentaram efeito quadrático com valores
máximos estimados em 0,28 e 0,57 kg/cm com 43,37 e 45,5% de substituição
respectivamente. Os pesos dos cortes comerciais perna, lombo, paleta e serrote também
apresentaram comportamento quadrático com valores máximos de 2,79; 0,852; 1,46 e
1,30 kg para os níveis de palma de 49,5; 45,32; 39,0 e 40,7%. Para a composição
tecidual, foi verificado efeito quadrático para o peso da perna, gordura subcutânea e
gordura total. Não houve influência da substituição sobre os parâmetros físico-químicos
e composição química da carne. Apesar do ácido esteárico ter aumentado linearmente, o total de ácidos graxos saturados não foi influenciado pela substituição. Os ácidos graxos
palmitoléico e oléico, bem como o total de ácidos graxos monoinsaturados diminuíram
linearmente. Já o ácido graxo monoinsaturado vacênico aumentou linearmente com a
substituição. Entre os ácidos graxos poliinsaturados, o linolelaídico apresentou efeito
quadrático com valor mínimo estimado de 6,09% quando a substituição foi de 36,5%.
Os demais ácidos graxos, assim como o total de ácidos graxos poli-insaturados, não
foram influenciados pela substituição da cana-de-açúcar pela palma forrageira.
Nenhuma das relações entre os ácidos graxos saturados, monoinsaturados e
poliinsaturados foi alterada, porém, o teor de colesterol da carne aumentou linearmente
à medida que os níveis de palma forrageira aumentaram. Recomenda-se um nível de
substituição da cana-de-açúcar por palma forrageira entre 44 e 50% para ovinos em
terminação.