Foram realizados dois experimentos para determinar a influência de níveis de folhas de chá verde moídas (FCVM) na dieta de frango de corte na fase de 1 a 21 dias (Experimento I) e de 28 a 42 dias (Experimento II). Experimento I -. Foram utilizados 216 pintos de corte de um dia de idade, machos, criados em gaiolas de arame até aos 21 dias de idade. As aves foram distribuídas em um delineamento experimental inteiramente ao acaso, com 6 tratamentos e 6 repetições com 6 aves por unidade experimental. Os tratamentos consistiram em uma dieta controle negativo sem adição de FCVM, um controle positivo com promotor de crescimento (salinomicina) e quatro níveis de inclusão de FCVM (0,25, 0,50, 0,75 e 1,00 %). Para aumentar o desafio sanitário, além da cama reutilizada, as aves foram vacinadas contra a doença de Newcastle aos 7 dias de idade e aos 21 dias de idade foi inoculado fitohemaglutinina para avaliar resposta imunológicas e inflamatórias. Os níveis de FCVM aumentaram linearmente (P<0,05) o ganho de peso das aves. Contudo, não influenciaram (P>0,05) o consumo de ração e conversão alimentar. As aves alimentadas com promotor de crescimento tiveram maior (P≤0,05) consumo de ração do que as aves suplementadas com FCVM. A dieta com promotor de crescimento apresentou maior (P<0,05) ganho de peso do que as aves alimentadas com a dieta controle. Entre as dietas com e sem suplementação de FCVM, as aves que receberam FCVM apresentaram melhor (P<0,05) conversão alimentar. Aos 14 dias de idade das aves, a inclusão de FCVM nas rações apresentou comportamento linear crescente (P<0,05) para o peso relativo do baço. As aves que receberam a dieta com promotor de crescimento e as dietas com FCVM obtiveram maior (P<0,05) peso relativo do baço aos 14 dias de idade do que as aves alimentadas com a dieta sem suplementação, e os tratamentos acima de 0,75% de suplementação de FCVM apresentou a maior média. Do mesmo modo, frangos alimentados com 0,75% de suplementação de FCVM e o controle positivo obtiveram maior (P<0,05) peso relativo do baço. A adição de FCVM apresentou efeito linear crescente (P<0,05) para porcentagem de linfócitos e efeito linear decrescente (P<0,05) a porcentagem de heterófilos e a relação heterófilo:linfócito. Do mesmo modo, os frangos suplementados com FCVM apresentaram maior (P<0,05) porcentagem de linfócitos do que as aves alimentadas com as dietas sem suplementação e com controle positivo. Houve efeito linear crescente (P<0,05) dos níveis de FCVM nos títulos de anticorpos séricos contra a doença de Newcastle. Foi observado também que as dietas suplementadas com FCVM e promotor de crescimento resultam em maior (P<0,05) concentração de anticorpos séricos do que a dieta sem suplementação, sendo que entre os níveis de FCVM, entre 0,50% a 1% de FCVM e com promotor de crescimento resultaram em maiores títulos de anticorpos. Aos 21 dias de idade, não houve interação entre o tempo e os tratamentos na reação interdigital à fitohemaglutinina. Porém, os níveis de folhas de chá verde reduziram linearmente (P<0,05) a reação interdigital à fitohemaglutinina, indicando efeito anti-inflamatório. A suplementação de FCVM pode melhorar o ganho de peso, a resposta imune celular, humoral e a ação anti-inflamatória de frangos de corte desafiados imunologicamente na fase de 1 a 21 dias. Experimento II – Foram utilizadas 660 aves, machos da linhagem Cobb® com 28 dias de idade, distribuídas em delineamento experimental inteiramente ao acaso com cinco tratamentos e seis repetições, de 22 aves por unidade experimental. Os tratamentos foram uma dieta controle e quatro níveis de inclusão de FCVM (0,15, 0,25, 0,50 e 0,60%). A suplementação de FCVM não influenciou (P>0,05) o desempenho, nem a maioria das variáveis relacionadas à qualidade da carne dos frangos, com exceção da coloração da carne de peito, em que o valor da intensidade de vermelho/verde (a*) reduziu linearmente (P<0,05). O rendimento de peito apresentou efeito quadrático (P<0,05), com os pontos estimados de suplementação em 0,33% e o teor de gordura abdominal apresentou efeito linear decrescente (P<0,05), e o nível de 0,60% foi significativo pelo teste de Dunnett tendo menores médias quando comparado ao tratamento controle. Houve efeito linear decrescente (P<0,05) dos níveis de FCVM nas concentrações séricas de colesterol total de frangos de corte. Não houve interação a adição de FCVM vs. tempo de armazenamento da carne de frango na análise de oxidação lipídica. Porém, houve efeito linear decrescente (P<0,05) para os níveis de FCVM moídos suplementados avaliados, apresentando menores valores de oxidação (formação do MDA/kg) à medida que o FCVM foi incluído à dieta em todos os períodos avaliados. Em relação aos tempos de armazenamento, houve efeito linear crescente (P<0,05) para a oxidação lipídica na carne à medida que aumentava o período de armazenamento. Na fase de 28 a 42 dias de idade, a suplementação de FCVM na dieta pode diminuir os níveis séricos de colesterol sem comprometer o desempenho nem a qualidade da carne.