Este estudo objetivou avaliar as alterações clínicas, hematológicas e bioquímicas produzidas pela administração do anti-inflamatório não esteroidal (AINE) firocoxib prévia a indução com propofol, além de relacionar sua influência sobre a qualidade e dose na indução anestésica. Foram utilizados 30 cães provenientes da rotina de cirurgias eletivas do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso (HOVET/UFMT), com média ± desvio-padrão, de peso de 8,10 ± 5,28 kg, e idade de 40,66 ± 36,16 meses, clinicamente saudáveis baseado nos resultados dos exames clínico, hematológico e bioquímica sérica. Os animais foram distribuídos de forma aleatória em três grupos, nos quais no Grupo I (GI) não receberam o firocoxib, Grupo II (GII) receberam uma única dose (5 mg/kg), 1 hora e 30 minutos antes da indução anestésica, e os do Grupo III (GIII) receberam a mesma dose do que os do GII por 40 dias consecutivos, a cada 24 horas, antes da indução anestésica. Realizou-se a indução com propofol (à efeito), administrado em incrementos de 0,5 mg/kg durante 15 segundos, após, os animais foram intubados e o volume final de propofol em mililitros (mL) foi anotado. Observou-se que as médias difeririam estatisticamente no teste de Tukey (p<0,05) para eritrócitos (p=0,0044), hemoglobina (p=0,0040), hematócrito (p=0,0161) e CHGM (p=0,0369) no GII em comparação com GI e GIII, em albumina (p=0,0076) no GIII em comparação com GI e GII e em FA (p=0,0102) no GII em relação ao GI e GIII, contudo todas as variáveis hematológicas e bioquímicas avaliadas mantiveram-se dentro do intervalo de referência para a espécie em questão, assim como não foram observadas alterações clínicas durante o período de administração do firocoxib. A dose média ± erro padrão, do propofol em mg/kg, foi 6,59 ± 0,49; 6,10 ± 0,47 e 7,82 ± 0,75 para o GI, GII e GIII, respectivamente, e todos os animais obtiveram o critério bom de avaliação para a qualidade de indução. Podemos concluir que a utilização única ou prolongada deste AINE não provocou efeitos adversos nos animais, porém produziram modificações discretas nas variáveis hematológicas e bioquímicas, a qual ocasionou o aumento da dose do propofol a ser utilizada no momento da indução anestésica no GIII. Portanto, a terapia médica instituída com este AINE de maneira única ou prolongada deve ser considerada no momento da indução anestésica com propofol em cães.