Introdução
As queimaduras encontram-se entre as principais causas de morbidade e mortalidade nos
países em desenvolvimento e são o ambiente ideal para infecções, sendo estas responsáveis
por pelo menos 75% dos casos de óbito. A mortalidade é bimodal, com um pico precoce
associado ao choque do queimado e/ou injúrias inalatórias e um pico ligado às complicações
sépticas.
Objetivos
Casuística e Métodos
Durante o período de 15 anos 2000-2015 ,dos trezentos e vinte e sete pacientes, duzentos e
vinte e três pacientes do Centro de Queimados da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal de Uberlândia (68%) foram classificados como tendo queimaduras graves,
satisfazendo os critérios de inclusão do estudo: pacientes com queimaduras, que receberam
cuidados intensivos, com permanência na Unidade de queimados e sobrevivência maior que
24 horas. As variáveis foram comparados por meio do teste exato de Fisher para sexo,
tabagismo e consumo de álcool e de Mann-Whitney U-test para a idade e tempo de
internação. Foi calculado o risco relativo e IC 95% e o valor de p < 0,05 foi considerado
significativo em todos os testes estatísticos.
Resultados
Os nossos dados mostraram que o tabagismo esteve presente aumentando a chance de
infecção em 5,37 vezes, etilismo não foi significativo quando relacionado à infecção em
queimados. O risco de infecção em pacientes foi 4,4 vezes maior naqueles internados mais de
15 dias. Os pacientes que sofreram queimadura na rua apresentam o risco 3,7 vezes maior de
infecção do que os pacientes que sofreram queimadura em outros ambientes.
A infecção esteve presente em 90 casos (39,1%) com cultura positiva. Essas Infecções
ocorreram no local da queimadura (17,4%), urina (6,5%), pulmonar (6,1%), infecções da
corrente sanguínea (5,2%) e infecções do cateter (3,25%).
Os principais agentes isolados nas infecções dos queimados foram Staphylococcus aureus
(4,3%), Pseudomonas spp.(3,9%) Escherichia coli (3,5%) e Acinetobacter baumannii
(3,0%).