Diversas pesquisas têm estudado a biodiversidade brasileira e buscado verificar o efeito de extratos vegetais contra fitopatógenos, como alternativa ao uso de produtos químicos. Diante disto, a presente pesquisa buscou estudar parte da flora brasileira com o objetivo de verificar o efeito dos extratos das folhas de sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides) em três isolados de Colletotrichum sp., utilizando duas metodologias; e, avaliar o efeito fungitóxico de diferentes concentrações dos extratos de C. peltophoroides e breu branco (Protium heptaphyllum) contra isolados de Colletotrichum truncatum, Colletotrichum sp., Fusarium equiseti, F. prolifetarum e F. solani. Primeiramente, os ensaios foram realizados com os fitopatógenos Colletotrichum sp. e C. truncatum isolados de soja de três diferentes localidades, através dos métodos de difusão em disco e espalhamento. Utilizou-se a fração etérea das folhas de C. peltophoroides e o extrato etanólico das folhas de P. heptaphyllum contra isolados de C. truncatum, Colletotrichum sp., F. equiseti, F. prolifetarum e F. solani testados em várias concentrações, pela metodologia de difusão em disco. Verificou-se a porcentagem de inibição de crescimento micelial, índice de velocidade de crescimento micelial, porcentagem de inibição de esporulação, germinação, e formação de apressórios. O extrato etanólico das folhas de C. peltophoroides apresenta atividade antifúngica contra três isolados de Colletotrichum, visto que, reduziu a velocidade do crescimento micelial, sendo similar ao fungicida. Inibiu a esporulação, em algumas concentrações, acima de 60%; e, a formação de apressórios em até 92,30%, demonstrando ser eficaz. A metodologia de espalhamento quando comparada à de disco-difusão apresentou melhores resultados para avaliação da atividade antifúngica na inibição da esporulação. O extrato de C. peltophoroides foi eficaz em todas as variáveis testadas, com resultados satisfatórios em pelo menos um dos isolados e espécies avaliadas. Extrato de C. peltophoroides apresenta atividade antifúngica e pode ser uma alternativa eficiente e ecológica no controle de fitopatógenos. O extrato de P. heptaphyllum não inibiu o crescimento micelial e esporulação dos fitopatógenos avaliados; no entanto, inibiu a germinação e formação de apressórios, principalmente das espécies de Fusarium. A partir dos resultados obtidos nesta pesquisa, pode-se concluir que os extratos etanólicos das folhas de C. peltophoroides e P. heptaphyllum apresentam potencial antimicrobiano em algumas das variáveis testadas. Portanto, devem ser realizados estudos adicionais para comprovar a bioatividade antifúngica in vivo das espécies C. peltophoroides e P. heptaphyllum e, identificar os compostos bioativos específicos e seu modo de ação, para que possam futuramente ser utilizado como alternativa aos fungicidas.