Introdução: A lesão medular (LM), que é qualquer dano às estruturas contidas no canal medular, pode ser de origem não traumática ou traumática, sendo a última a mais comum. O sistema nervoso central (SNC) tem uma baixa habilidade de se reparar, sendo necessária a utilização de recursos terapêuticos para favorecer a neuroplasticidade. Neste contexto, dados positivos sugerem que a terapia a laser de baixa intensidade (LLLT) é um recurso promissor para o tratamento de lesões do Sistema Nervoso Central e Periférico. Objetivo: Investigar os efeitos da LLLT, após lesão traumática, na regeneração e neuroplasticidade da medula espinal, assim como, na recuperação funcional sensorial e motora. Material e métodos: Foram utilizadas ratas fêmeas (n = 33) da linhagem Wistar, com 10 semanas de idade, as quais foram submetidas a lesão medular por contusão (CEUA N: 9329290514). Os animais foram distribuídos em dois grupos: controle (C; n = 19) e laser (L; n = 14), sendo eutanasiados após 4 e 8 semanas. No grupo L, foi aplicado o laser AsGaAl sobre a lesão com emissão contínua, com sessões diárias por 15 dias consecutivos, ajustado com os seguintes parâmetros: λ = 808 nm, P =100 mW, área do feixe = 0.028 cm², t = 4’42’’, D = 1000 J/cm², E = 28 J e irradiância = 3.57 mW/cm². No 1º, 14º, 28º e 56º dias após a lesão, foram analisadas a função motora (utilizando-se o escore BBB e cinemática computadorizada), a sensibilidade térmica (com gelo) e a sensibilidade tátil (com monofilamentos de Von Frey ®). Adicionalmente, através de análises histológica e imunohistoquímica na área de lesão, foram avaliadas a volumetria e a expressão de GFAP. Resultados: Os principais achados obtidos nesse estudo demostram, a partir do escore BBB, que a LLLT foi capaz de melhorar o desempenho motor no grupo L quando comparado ao grupo C no 56º dia. Além disso, a LLLT foi capaz de diminuir a imunoexpressão do marcador de GFAP e o volume de lesão na região de análise 56 dias após a cirurgia. Conclusão: Com base nos resultados encontrados nesse estudo, sugere-se que os efeitos da LLLT na lesão auxiliaram a recuperação motora, além de diminuir o volume de lesão e reduzir a imunoexpressão de GFAP. O presente estudo indica que a LLLT é um recurso terapêutico promissor para o tratamento de LM.