O estudo teve como objetivo avaliar a resposta folicular ovariana e a produção oocitária de cabras submetidas a protocolos de estimulação ovariana. Foram realizadas duas etapas experimentais com 24 e 18 animais, respectivamente, distribuídos aleatoriamente em esquema fatorial 2x2, com avaliação dos efeitos: duração do protocolo hormonal (sete ou doze dias) e número de aplicações de hormônio folículo estimulante (FSH) (uma ou cinco doses). Todos os animais receberam esponjas intravaginais impregnadas com 60mg de acetato de medroxiprogesterona por um período de sete dias (protocolo curto) ou doze dias (protocolo longo), com aplicação de 125μg de cloprostenol, 72 horas antes da retirada das esponjas. Para estimulação ovariana foi aplicado 120mg de FSH em dose única, 36h antes da aspiração folicular por laparoscopia (LOPU) ou em cinco doses (30/30; 20/20 e 20mg), em intervalos de 12h, com última dose aplicada 36h antes da LOPU. Na primeira etapa foram realizadas ultrassonografias seriadas no dia 0 (D0); D3/D8; D4/D9; D5/D10 e D6/D11, respectivamente para os protocolos curtos e longos, para acompanhamento da resposta ovariana aos tratamentos hormonais. Na segunda etapa, os animais foram submetidos à LOPU, para determinação do número de folículos visualizados; aspirados entre 2 a 7mm de diâmetro; número de complexo cumulus oócito (COCs) recuperados; taxa de recuperação; classificação morfológica dos COCs (Grau 1, 2, 3 e 4) e a taxa de COCs viáveis para produção de embrião in vitro. Na primeira etapa os dados foram avaliados por Modelos Lineares Generalizados e na segunda por Análise de Variância a 5% de probabilidade. Não houve efeito dos fatores e de interação (P>0,05) para número de folículos na avaliação do D0 e D3/D8. Contudo, na avaliação do D6/D11 (momento da LOPU), houve efeito (P<0,05) do fator duração do protocolo para número de folículos pequenos, com 1,05±0,62 folículos no protocolo curto e ausência desses folículos no longo. Houve efeito do número de doses de FSH para os folículos das categorias médio e grande, com maior número de folículos médios para dose única (6,49±1,45) e de folículos grandes (7,97±1,61) para múltiplas doses. Não houve efeito dos fatores e de interação (P>0,05) para o diâmetro dos folículos grande, médio e pequeno, exceto para avaliação realizada no momento da quarta aplicação do FSH nos protocolos com cinco doses (D4/D9), com efeito de interação para folículo grande (P<0,05). Na segunda etapa não foram verificados efeitos dos fatores e nem de interação (P>0,05) para número de folículos visualizados (16,9±8,01) e aspirados (12,2±5,6); número de COCs recuperados (8,1±4,6); taxa de recuperação (65,0±18,7%); qualidade morfológica dos COCs em grau 1 (4,3±4,4), grau 2 (2±1,5), grau 3 (1,2±1,1) e grau 4 (0,4±0,5) e na taxa de COCs viáveis (92,1%). Contudo, os quatro protocolos foram eficientes em estimular a resposta ovariana e a produção oocitária de cabras, porém seria mais indicada a utilização do protocolo curto (7 dias) e aplicação de dose única de FSH, com base no maior número de folículos médios disponíveis para aspiração, além do menor tempo e maior praticidade de execução.