Este trabalho avaliou os regimes de aeração emergencial (AE) e suplementar (AS) no desempenho e na saúde de tambaqui, Colossoma macropomum, criado em viveiros escavados sem renovação de água. Juvenis pesando 44,39 ± 9,72 g, foram distribuídos em seis viveiros (3,23 peixes/m³), e alimentados com ração comercial com 36 e 32% de proteína bruta, durante 122 dias, quando alcançaram tamanho comercial de tambaqui “curumim” (350 a 500g). Foram avaliadas as variáveis físico-químicas da água: oxigênio dissolvido (OD), pH, temperatura - realizadas diariamente, 6:00 e 18:00 h, e antes do acionamento do aerador, quantificando situações de hipóxia (< 2 mg/L), a transparência diariamente nos momentos mais ensolarados. Amônia total, nitrito total, gás carbônico, dureza total e alcalinidade total foram avaliados a cada 21 dias, durante as biometrias. Foram determinados os índices zootécnicos: ganho de peso (GP), conversão alimentar aparente (CAA), taxa de crescimento específico (TCE), taxa de eficiência proteica (TEP), eficiência alimentar (EA), consumo médio de ração (CMR), taxa de sobrevivência (S), produção (P) e produção por consumo de água (PA). Para a avaliação econômica, foram utilizados: custos de ração, horas de aeração, mão de obra e receita total, a partir das quantidades e preços comercializados na região. O estado de saúde dos peixes foi determinado pelos parâmetros sanguíneos: hematócrito (Ht), hemoglobina (Hb), número de eritrócitos (RBC), índices hematimétricos, glicose, proteínas totais e colesterol; e parasitológicos (endo e ectoparasitos): prevalência, abundância, intensidade e intensidade média dos peixes. As variáveis físico-químicas da água não demonstraram diferenças significativas entre os regimes AE e AS. Entretanto, foram registradas na AS, em média, 31 situações de hipóxia ( 2 mg/L), das quais 11 foram consideradas severas (0,5 mg/L), superior as registradas na AE, com 5,3 e <1 respectivamente. As concentrações máximas de amônia total, com valores de 5,9 e 3,9 mg/L em pH máximo <8, geraram 0,44 e 0,29 mg/L de amônia não ionizada (NH3) para a AE e AS respectivamente, portanto, dentro do limite tolerável para a espécie. Foram observadas concentrações de nitrito com até 4,74 e 2,92 mg/L na AE e AS respectivamente, acima dos valores considerados toleráveis para a espécie. Os resultados zootécnicos demonstraram elevada sobrevivência dos peixes, e sem diferença significativa entre os tratamentos (AE= 99,6% e AS = 99,3%), porém, GP, TCE, TEP, GPD, P e PA foram significativamente maiores nos peixes da AE. A análise econômica demonstrou aumento significativo para o investimento com ração, receita total e lucro relativo no AE. Dos parâmetros sanguíneos analisados, somente RBC apresentou diferença estatística entre os tratamentos, entretanto, não houve comprometimento na capacidade de transporte de O2 para os tecidos. As análises parasitológicas não demonstraram presença de endoparasitos nos peixes, entretanto, 100% de prevalência de Monogenoidea (Dactylogyridae) foi verificada nas brânquias, com maior incidência significativa na AS, provavelmente relacionada ao estresse causado por situações de hipóxia. Os resultados sugerem que é possível aumentar a produtividade de tambaqui utilizando estratégias de aeração, sem comprometer a sobrevivência, o crescimento e a saúde dos peixes, sendo o regime AE superior a AS.