O cateto, Tayassu tajacu, é uma das espécies silvestres mais consumidas no Brasil.
Estudos sobre esta espécie animal vem sendo desenvolvidos com perspectivas para contribuir
com a cadeia de produção de alimentos. Esta proposta teve como objetivo avaliar, em função
do sexo e idade de abate, as características quantitativas e qualitativas da carcaça e da carne
de catetos criados em cativeiro no semiárido nordestino. O trabalho foi desenvolvido na
Faculdade de Medicina Veterinária – UFCG em parceria com o Centro de Multiplicação de
Animais Silvestres – UFERSA, autorizados pelo órgão de proteção ao meio ambiente e fauna
– SISBIO. Foram utilizados 12 catetos, sendo seis machos e seis fêmeas, dos quais metade
composto por animais jovens (de dez meses abaixo) e a outra metade de animais adultos
(acima de dez meses de idade). Para obtenção e avaliação da carcaça os animais foram
submetidos a restrição de alimentos, pesados e abatidos. A alimentação dos animais consistiu
de ração comercial para suíno contendo 18,0% de proteína bruta, 3.300 kcal/kg de energia
digestível, com acesso contínuo a água. Considerando não ser espécie melhorada
zootecnicamente, os catetos apresentaram excelentes rendimentos de carcaça (74,44%) e, por
conseguinte, elevada capacidade para a produção de carne. Idade e sexo, não apresentaram
interferência neste rendimento (P>0,05). A pele dos catetos deu origem a um couro singular,
apresentando qualificação tipo “A” nos testes, sendo este o não constituinte da carcaça mais
valorado nesta espécie. Independente do sexo ou idade, os catetos demonstraram elevada área
de olho de lombo (cerca de 24,39cm2), superior às médias relatadas em outras espécies nesta
faixa de peso. O pH final mostrou-se mais elevedo nos adultos, com média de 5,73,
considerada uma faixa típica para a carne de suínos. Os catetos apresentaram relevante
desenvolvimento muscular nos cortes de maior interesse comercial, sendo que a perna
apresentou rendimento de 25,76%. Semelhantemente, foi identificada expressiva
musculosidade no corte pescoço (68,70%), tendo as fêmeas apresentado maior
desenvolvimento (P<0,05). Por fim, os testes de cisalhamento demonstraram substancial
maciez da carne desta espécie, apresentando valores sensivelmente baixos ao corte (máximo
de 2,50 kg de força).