Foram conduzidos dois experimentos, com dois ensaios cada, para avaliar a deposição e os efeitos do fornecimento de L-arginina em dietas para tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus) e pacu (Piaractus mesopotamicus). O experimento 1, teve como objetivo de avaliar os efeitos da L-arginina sobre o perfil de ácidos graxos, histologia intestinal e de hepatopâncreas e parâmetros zootécnico, além de averiguar possíveis alterações da taxa de deposição de ácidos graxos em alevinos de tilápia do Nilo. A condução deste foi feita em duas etapas que foram realizadas concomitantemente. Na etapa 1, foram utilizadas 150 tilápias do Nilo, com peso médio de 10 gramas, distribuídas em 10 caixas de 50 litros de volume útil, com 15 peixes em um delineamento inteiramente casualizado com dois tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos foram: (A) ração comercial (suplementada com 1% de alanina), (B) ração comercial suplementada com 1% de arginina. O experimento teve duração de 30 dias. Foram realizadas análises físico-químicas da água, análises bromatológicas, hematológicas e histológicas do hepatopâncreas, intestino e musculatura. Na etapa 2 foram utilizadas 150 tilápias do Nilo, com peso médio de 10 gramas, distribuídas em 10 caixas de 50 litros de volume útil, com 10 peixes em um delineamento inteiramente casualizado com dois tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos foram: (A) ração comercial (suplementada com 1% de alanina), (B) ração comercial suplementada com 1% de L-arginina. Foram realizadas coletas semanais (0, 7, 14, 21 e 28 dias), nas quais três indivíduos foram capturados ao acaso e substituídos por outros três indivíduos identificados (150 peixes que só foram utilizados para manter a densidade de estocagem). Neste ensaio foram determinadas as alterações nas taxas de deposição dos ácidos graxos na carcaça de alevinos de tilápia do Nilo durante o período de alimentação. Os resultados obtidos foram submetidos a análise de variância em nível de 5% de probabilidade (ANOVA) em caso de diferença foi aplicado o teste Tukey através do programa estatístico Statistica 7.0. Os dados de perfil de ácidos graxos avaliados no tempo foram analisados com medidas repetidas no tempo em modelos mistos (PROC MIXED), nos quais foram considerados os efeitos fixos de uso de arginina na ração (1 grau de liberdade – GL); fases de crescimento (4 GL), que foram caracterizadas pelos tempos de abate; e suas interações. Dentre as estruturas de erros investigadas, a Componentes de Variância (VC) foi a mais adequada aos conjuntos de dados analisados, conforme os critérios de informação de Akaike corrigido (AICC) e bayesiano (BICC). As médias que apresentaram diferença significativa (P<0,05) para os efeitos fixos isolados e para as suas interações foram comparadas pelo teste de Fischer. As análises foram realizadas no programa Statistical Analysis System, versão 9.0. A suplementação com 1% de L-arginina não afetou o desempenho, composição química e o perfil de ácidos graxos de alevinos de tilápia do Nilo. Os peixes que receberam arginina tiveram maior desenvolvimento das vilosidades e apresentaram inclusões lipídicas nos hepatócitos. No experimento 2, o objetivo foi avaliar os efeitos da L-arginina sobre o perfil de ácidos graxos, composição química da carcaça e parâmetros zootécnico, além de averiguar possíveis alterações da taxa de deposição de ácidos graxos em alevinos de Piaractus mesopotamicus. A condução deste foi feita em dois ensaios, realizados concomitantemente. No ensaio 1, foram utilizadas 100 Piaractus mesopotamicus, com peso médio de 15,65 gramas, distribuídas em 10 caixas de 50 litros de volume útil, com 10 peixes em um delineamento inteiramente casualizado com dois tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos foram: (A) ração comercial (suplementada com 1% de alanina), (B) ração comercial suplementada com 1% de arginina. O experimento teve duração de 42 dias. Foram realizadas análises físico-químicas da água, análises bromatológicas. No ensaio 2, foram utilizadas 120 Piaractus mesopotamicus, com peso médio de 15,65 gramas, distribuídos em 10 caixas de 50 litros de volume útil, com 12 peixes em um delineamento inteiramente casualizado com dois tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos foram: (A) ração comercial (suplementada com 1% de alanina) e (B) ração comercial suplementada com 1% de L-arginina. Foram realizadas coletas a cada 10 dias (0, 10, 20 e 30 dias), nas quais três indivíduos foram capturados ao acaso e substituídos por outros três indivíduos identificados (90 peixes que só foram utilizados para manter a densidade de estocagem). Neste ensaio foram determinadas as alterações nas taxas de deposição dos ácidos graxos na carcaça de alevinos de pacu. Os resultados obtidos foram submetidos a análise de variância em nível de 5% de probabilidade (ANOVA) em caso de diferença foi aplicado o teste Tukey através do programa estatístico Statistica 7.0. Os dados de perfil de ácidos graxos avaliados no tempo foram analisados com medidas repetidas no tempo em modelos mistos (PROC MIXED), nos quais foram considerados os efeitos fixos de uso de arginina na ração (1 grau de liberdade – GL); fases de crescimento (3 GL), que foram caracterizadas pelos tempos de abate; e suas interações. Dentre as estruturas de erros investigadas, a Componentes de Variância (VC) foi a mais adequada aos conjuntos de dados analisados, conforme os critérios de informação de Akaike corrigido (AICC) e bayesiano (BICC). As médias que apresentaram diferença significativa (P<0,05) para os efeitos fixos isolados e para as suas interações foram comparadas pelo teste de Fischer. As análises foram realizadas no programa Statistical Analysis System, versão 9.0. No ensaio 1, indivíduos alimentados com dietas suplementadas por arginina apresentaram maior peso final e maiores teores de matéria mineral. Para as outras determinações não houve efeito da arginina. No ensaio 2, não houve diferença entre os tratamentos no desempenho zootécnico, entretanto a suplementação com 1% de arginina na dieta durante 30 dias reduziu os teores do ácidos graxos: 16:1, 20:4 n-6, 24:0, DHA, dos AGMI e da relação AGPI/AGS e aumentou os níveis de 16:0, 18:0 e dessa forma, aumentando a soma dos AGS, além de aumentar a relação dos ácidos graxos n-6/n-3. Para alevinos de pacu a suplementação com 1% de arginina na dieta acarretou em piora no perfil geral de ácidos graxos, mas acarretou em melhora no ganho de peso. Já para alevinos de tilápia-do-nilo as melhoras encontradas na histologia no indica os efeitos importantes e a influência desse aminoácido em todo o metabolismo dessa espécie.