A avicultura brasileira é reconhecida hoje como uma das mais desenvolvidas do mundo, com índices de produtividade excepcionais, graças a programas de qualidade implementados em todos os elos da cadeia nos últimos anos, com destaque para genética, nutrição, manejo, biosseguridade, rastreabilidade e programas de bem-estar animal (BEA) e de preservação do meio ambiente. O trabalho foi realizado entre abril de 2014 e maio de 2015, em um frigorífico localizado na cidade de Montenegro, Estado do Rio Grande do Sul. Foram avaliados os procedimentos pré-abate relacionados a três diferentes equipes de carregamento, que de acordo com o índice de condenações da empresa: equipe-1 – baixo índice de condena, equipe-2, alto índice de condenas e equipe-3, médio índice de condenas, além de distância de transporte, temperatura na apanha, nível de ruído no início e meio do carregamento, densidade de aves por caixa, incidência de mortalidade na chegada (DOA) e incidência de lesões, avaliando indiretamente o bem-estar animal (BEA). Para os diferentes propósitos, foram avaliados 54 lotes, em média com 20000 aves cada, divididos em caminhão 1, 2 e 3 em 14 municípios diferentes. A média de hematomas de peito encontrados para o caminhão-1 foi de 6,19/ave, estatisticamente igual ao caminhão-2 (n=5,48), mas maior que o caminhão-3 (n=5,17). Nas avaliações de hematoma de coxa, arranhões e DOA, o caminhão-3 se destacou com a média de 4,17 lesões/ave, 18,19 arranhões/ave e DOA de 5,22. Comparando-se as equipes, a equipe-2 apresentou a maior média de hematomas de peito (n=6,18), arranhões (n=19,75) e DOA (n=5,06). As três equipes apresentaram médias semelhantes para índices de asa quebrada, hematoma de asa e hematoma de coxa. O grau de correlação entre as variáveis em média foi baixo. Foi observado grau de correlação significativo entre turno de apanha e asa quebrada (0,3041) e turno de apanha e hematoma de asa (0,2638). Quanto maior o número de apanha da equipe no dia, menor o índice de hematoma de coxa e asa quebrada. A distância entre a granja e o abatedouro e o DOA apresentou correlação direta significativa e quanto maior a temperatura externa, maior o nível de ruído registrado no início do carregamento. A densidade de aves nas caixas de transporte foi maior nos carregamentos da equipe-2, e o peso médio de foi 1,283 kg. O nível de ruído em decibéis registrado no início dos carregamentos da equipe-2 aumentou em média 37% para o registrado no meio do carregamento desta mesma equipe, enquanto que a equipe-1 teve aumento registrado de 25% e a equipe-3 de 23%. A equipe-2 apresentou o maior índice de aumento de ruídos no meio do carregamento, o que tem ligação direta com as maiores médias de hematoma de peito, arranhões e DOA, já que a agitação e conduta da equipe na apanha impactam diretamente na vocalização e agitação das aves e BEA.