Foi avaliada a habilidade de estimação e predição de modelos de análise para o peso
(PA), altura (AA) e escore de condição corporal (ECC) de fêmeas adultas e, também,
foram estimadas as correlações entre essas características com medidas obtidas ao
sobreano (PES: peso; CS: conformação; PS: precocidade; MS: musculatura; US: umbigo;
AOL: área de olho de lombo e EGS: espessura de gordura subcutânea) e reprodutivas
(PE: perímetro escrotal; IPP: idade ao primeiro parto; DG: duração da gestação; DPP:
dias para o parto; IEP: intervalo de partos). Para o PA e AA avaliou-se o efeito da inclusão
(GC1) ou não (GC2) do ECC no grupo de contemporâneos, através de análises unicaracterística
e modelo animal linear. Para o ECC foram comparados dois modelos
bayesianos (linear e limiar), em análises uni-característica. Posteriormente, foram
realizadas análises bi-características incluindo o PA, AA ou ECC com cada uma das
demais características. Herdabilidade de maior magnitude para o PA foi obtida com a
utilização do GC1 (0,45±0,02) em relação ao GC2 (0,39±0,02). Para AA não foram
observadas diferenças nas herdabilidades estimadas. Ao comparar os diferentes grupos
de contemporâneos (GC1 e GC2), foram obtidas correlações de classificação de touros
variando de 0,60 a 0,92 para PA e de 0,90 a 0,98 para AA, considerando diferentes
intensidades de seleção. É indicada a incorporação do ECC nos grupos de
contemporâneos utilizados em avaliações genéticas somente para o PA. Para o ECC, não
foi observada alteração na classificação dos reprodutores ao comparar os modelos linear
e limiar. O PA apresentou maior associação genética com o PES (0,84±0,01) e CS
(0,66±0,03) em comparação com a PS (0,25±0,03), MS (0,20±0,02) e US (0,18±0,03). De
modo semelhante, a AA está associada geneticamente de maneira positiva e de maior
magnitude com as características PES (0,64±0,02) e CS (0,54±0,03) em relação a US
(0,18±0,03). Por outro lado, correlações genéticas negativas e de baixas magnitudes
foram estimadas entre AA com a PS (-0,08±0,03) e MS (-0,14±0,03). O ECC de vacas
está geneticamente associado e de forma positiva com todas as características avaliadas
ao sobreano, mas com maior magnitude com a PS (0,61±0,06) e MS (0,60±0,07). As
correlações genéticas estimadas entre as características de tamanho adulto com as
indicadoras de qualidade da carcaça foram negativas, variando de baixas a moderadas
magnitudes. Por outro lado, associações genéticas positivas foram estimadas entre o
ECC com AOL (0,38±0,12) e EGS (0,32±0,14). O PA está geneticamente associado, de
maneira positiva com a IPP (0,23±0,08), IEP (0,25±0,15) e, em menor magnitude, com a
DG (0,14±0,03). Correlações nulas foram obtidas entre o PA com o PE (0,03±0,03) e DPP
(-0,01±0,04). A AA apresentou associação genética positiva e baixa com as
características reprodutivas mensuradas em fêmeas e nula com o PE (-0,08±0,03).
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Correlações genéticas negativas e favoráveis foram estimadas entre o ECC e
características reprodutivas de fêmeas, e desfavorável com o PE (-0,13±0,06). A seleção
baseada em maiores PES e CS deve levar a um aumento no tamanho, não sendo
esperadas alterações no ECC de vacas. A seleção de animais com maior AOL e EGS
deve levar ao longo das gerações a uma diminuição do tamanho adulto das progênies e
melhorias na condição corporal das vacas. Após várias gerações de seleção, a escolha
de touros com maiores valores genéticos para o perímetro escrotal pode levar a uma
redução na condição corporal das vacas. A seleção baseada no escore de condição
corporal de matrizes de corte deve levar a obtenção de vacas mais eficientes em termos
reprodutivos.