Os óleos vegetais são as matérias-primas mais utilizadas para a produção de biodiesel no Brasil, por
possuir varias vantagens na qualidade deste biocombustível. O descarte indevido de óleos residuais de
fritura para o consumo humano vem trazendo grandes transtornos ambientais. Para a minimização
destes impactos o óleo residual também pode ser utilizado como matéria-prima para a produção de
biodiesel. O conhecimento das características físico-químicas das matérias primas utilizadas para a
produção de biodiesel é de fundamental importância para a garantia de qualidade do biodiesel
produzido. E tendo em vista que o ultrassom pode mudar as características dos fluidos expostos a ele,
uma melhoria na qualidade do biodiesel é esperada. Neste estudo optou-se por utilizar os óleos
vegetais e residuais de soja, milho e girassol. Os óleos vegetais e residuais passaram por um processo
de transesterificação por rota etílica, utilizando-se como catalizador o hidróxido de sódio (NaOH),
com razão molar de 1:6. Para comparação da qualidade dos óleos e do biodiesel, e como métodos de
análises das características dos óleos vegetais, residuais e do biodiesel obtidos, foram utilizadas as
normas da American Oil Chemists Society (AOCS, 2003), American Society of Testing and Materials
(ASTM, 2012), da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2002), a norma NIE_DIMEL-
039 do INMETRO e do INSTITUTO ADOLFO LUTZ (1985). O experimento foi desenvolvido nos
Laboratórios de Termociências e no de Reologia do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola
de Engenharia da Universidade Federal Fluminense (UFF) no Brasil. A viscosidade cinemática dos
biodieseis de soja, milho e girassol apresentou valores, respectivamente, de 4,4176; 4,5543 e 4,5932
mm².s-1. O biodiesel de óleo residual de soja, milho e girassol apresentou valores para a viscosidade
cinemática, respectivamente, de 4,3840; 4,5425; 4,5541 mm².s-1. A massa especifica do óleo vegetal
de soja, de milho e de girassol apresentou valor, respectivamente, de 1000,0; 1340,7; 1329,7 kg.m3, e
depois de passar pelo ultrassom apresentou, respectivamente, os valores de 930,3; 928,1; 936,0 kg.m3.
Já a massa especifica para o óleo residual apresentou valores, respectivamente, de 1292,3; 1348,7;
1354,5 kg.m3, e depois de passar pelo ultrassom apresentou valores, respectivamente, de 933,8; 933,1;
944,0 kg.m3. A massa específica do biodiesel de óleo vegetal e óleo residual de soja, milho e girassol
apresentaram valores de, respectivamente, 880,1; 883,4; 881,3 kg.m3, para o biodiesel de óleo vegetal,
e, respectivamente, 883,8; 883,8; 884,7 kg.m3 para biodiesel de óleo residual. Os teores de água dos
óleos e dos biodieseis apresentaram valor de 0%, e abaixo de 0,3%, respectivamente; e os índices de
acidez dos óleos vegetais, dos óleos residuais e dos biodieseis apresentaram valores abaixo de 0,3, 2 e
0,6 mg KOH.g-1, respectivamente. Desta forma pode-se concluir que o ultrassom muda as
características físico-químicas das matérias primas utilizadas diminuindo seus valores. A obtenção de
biodiesel, dos óleos vegetais e residuais, foi satisfatória, sendo que somente o índice de acidez dos
biodieseis residuais de soja e de milho apresentaram valores acima do limite das normas da ANP.