Idosos, em especial no âmbito hospitalar, utilizam muitos medicamentos,
com elevado potencial para o desenvolvimento de interações medicamentosas e
reações adversas. O presente trabalho tem por objetivo, identificar os
medicamentos utilizados bem como avaliar as potenciais interações
medicamentosas em prescrições de pacientes idosos hospitalizados no período
de janeiro a junho de 2010 no Hospital Municipal Dra. Laura Maria Braga em Ouro
Preto do Oeste/RO.
Os dados foram coletados em fevereiro de 2011, através da análise de
prontuários de pacientes idosos arquivados no Serviço de Arquivo Médico e
Estatístico (SAME). No referido período, estiveram hospitalizados 369 pacientes
idosos, com idade média de 70,6 ± 7,4, sendo 166 (45,0%) do sexo feminino e
203 (55,0%) do sexo masculino. De acordo com a análise dos prontuários,
observou-se que as patologias mais prevalentes nos idosos hospitalizados eram
relacionadas a problemas cardiovasculares (30,0%), e quando avaliado a
patologia individualmente, verificou-se que as principais causas de internação
foram à hipertensão arterial (19,2%), dengue (9,2%) e diabetes mellitus (8,9%).
Identificou-se 599 potenciais interações medicamentosas, correspondendo a uma
proporção de 1.6 interações por idoso. Observou-se que a furosemida, digoxina,
cloreto de potassio e enalapril foram os fármacos responsáveis por quase todas
as potenciais interações medicamentosas. Apesar do alto risco de potenciais
interações medicamentosas, não se sabe se tais pacientes manifestaram eventos
adversos decorrentes de interações medicamentosas uma vez que o estudo foi
retrospectivo. Nesse contexto, considerando-se a importância da conscientização e
adesão dos prescritores quanto as potenciais interações medicamentosas e riscos de
eventos adversos nos quais estão expostos os pacientes idosos, em especial intrahospitalares,
a elaboração de lista contendo as principais classes de medicamentos
com potenciais riscos de interações medicamentosas pode aprimorar a obtenção de
melhores resultados terapêuticos, menor incidência de eventos adversos decorrentes
de interações e menor gasto com saúde.