Dois experimentos foram conduzidos para determinar a exigência dietética de histidina para alevinos e juvenis de tilápia do Nilo com base no desempenho produtivo, desenvolvimento muscular, expressão dos genes relacionados ao crescimento muscular (Myod, miogenina e miostatina) e respostas hematológicas e bioquímicas. No primeiro experimento, foram utilizados 540 alevinos de tilápia do Nilo com peso médio inicial de 4,84 (± 0,04 g), distribuídos em 18 caixas de fibra de vidro com capacidade de 250 litros, em um delineamento inteiramente casualizado composto por seis tratamentos, três repetições e trinta peixes por unidade experimental, por um período de 110 dias. Seis dietas isoproteicas (265,7 g kg-1 de proteína bruta) e isoenergéticas (3821,41 kcal kg-1 de energia bruta) contendo níveis
crescentes de inclusão de histidina (4,2; 5,4; 7,1; 8,9; 9,8 e 11,5 g kg-1 da matéria seca) foram elaboradas. Os melhores resultados de ganho em peso, conversão alimentar e taxa de eficiência proteica foram observados nos peixes que receberam a dieta com 8,9 g kg-1 de histidina. Foi observado processo de crescimento hipertrófico nos peixes alimentados com a dieta contendo 8,9 g kg-1 de histidina em comparação com os peixes que receberam a dieta contendo 5,4 g kg-1 de histidina. A suplementação de 9,8 g kg-1 de histidina na dieta proporcionou maior expressão dos níveis de mRNA da MyoD. Contudo, a expressão dos níveis de mRNa da miogenina foi mais elevada nos peixes que receberam as dietas contendo 9,8 e 11,5 g kg-1 de histidina. A expressão da miostatina não foi influenciada pelos níveis de histidina da dieta. Com base na regressão polinomial de segunda ordem a exigência de histidina para o máximo ganho de peso de alevinos de tilápia foi estimada em 8,2 g kg-1 de histidina, correspondente a 3,1% da proteína bruta da dieta. No segundo experimento, foram utilizados 288 juvenis de tilápia do Nilo com peso médio inicial de 64,15 (± 0,49 g),
distribuídos em 24 caixas de fibra de vidro com capacidade de 500 litros, em um delineamento inteiramente casualizado, com seis tratamentos e quatro repetições, por um período de 65 dias. Foram elaboradas seis dietas isoproteicas (267,3 g kg-1 de proteína bruta) e isoenergéticas (4048 kcal kg-1 energia bruta) contendo níveis crescente de inclusão de
histidina digestível (3,50; 5,50; 7,50; 9,50; 11,50 e 13,50 g kg-1 da matéria seca). Os peixes foram alimentados com dietas extrusadas, até a saciedade aparente. Os melhores resultados (P<0,05) de ganho em peso, conversão alimentar e taxa de eficiência proteica foram observados em peixes que receberam as dietas com 9,50 a 11,50 g kg-1 de histidina digestível em comparação com os peixes que receberam dieta contendo 3,50 g kg-1 de histidina digestível. Com base no modelo de regressão polinomial de segunda ordem a exigência de histidina digestível para o máximo ganho em peso de juvenis de tilápia do Nilo foi estimada em 10,5 g kg-1 de histidina digestível. A composição corporal e os parâmetros hematológicos e bioquímicos não foram influenciados (P>0,05) pelos diferentes níveis de histidina digestível
na dieta. O crescimento muscular ocorreu por hiperplasia e hipertrofia entre todos os tratamentos. Peixes que receberam dietas com 9,50 a 13,50 g kg-1 de histidina digestível apresentaram maior expressão dos níveis de mRNA para o gene Myod em comparação aos peixes que receberam a dieta contendo 3,50 g kg-1 de histidina digestível. A maior expressão
dos níveis de mRNA para o gene miogenina foi observada nos peixes alimentados com a dieta contendo 9,50 a 11,50 g kg-1 de histidina digestível. No entanto, a maior expressão dos níveis de mRNA do gene miostatina foi observada nos peixes que receberam dietas contendo 3,5 a 9,5 g kg-1 de histidina digestível. Conclui-se que a exigência de histidina digestível para juvenis de tilápia do Nilo para o máximo ganho em peso foi estimada em 10,5 g kg-1 correspondente a 3,7% da proteína bruta da dieta.