Foi avaliada a prevalência e os potenciais fatores de risco para a ocorrência de carrapatos em cães no período de janeiro de 2000 à dezembro de 2014 em duas clínicas veterinárias particulares, localizadas na zona oeste do Rio de Janeiro, Brasil. Mil e quinhentos prontuários foram amostrados sistematicamente de uma população desconhecida. A análise estatística foi realizada considerando as variáveis desfecho, presença de carrapato (grupo 1) e carrapato positivo + carrapato negativo/ hemoparasito positivo (grupo 2) e as variáveis explicativas, sexo, idade, raça, porte, bairro e clínica. Para verificar a existência de fatores de risco, foram utilizadas desde testes de inferência de Qui-Quadrado (χ²) até o ajuste de modelos de regressão logísticas. Dos 1500 prontuários em 264 (17,60% [IC95%: 15,67; 19,52]) haviam registro de infestação por carrapatos no grupo 1 e 372 (24,80% [IC95%: 22,61; 26,98]) no grupo 2. As variáveis sexo e idade, em ambos os grupos não foram consideradas potenciais fatores de risco. Houve diferença no parasitismo entre as raças dentro dos grupos 1 e 2. Machos de Cocker Spaniel Inglês, porte médio e Bangu foram as variáveis com maiores prevalências de registros em ambos os grupos. Pastor Alemão foi a única raça que não configurou como potencial fator de risco para a presença de carrapato. No modelo mais parcimonioso apenas a raça Pastor Alemão (RP=1,77 [IC95%:0,44; 07,10]) não se apresentou como potencial fator de risco. A raça Cocker Spaniel assim como animais que residem no bairro Bangu apresentaram 7,5 [IC95%:3,01;18,53] e 1,7 [IC95%:1,20; 2,32] vezes, mais chances de serem parasitados por carrapatos respectivamente. A prevalência de hemoparasitoses transmitidas por carrapatos deve ser considerada como dados complementares para estudos epidemiológicos de carrapatos em cães. Esse é o primeiro estudo a ranquear raças de cães quanto à prevalência de parasitismo por carrapatos.