Capítulo 1: Objetivou-se com este estudo avaliar o efeito de doses crescentes de biocarvão incorporadas ao solo sobre a disponibilidade de água para três espécies forrageiras: sorgo, guandu e capim-buffel. Para isso, avaliou-se a curva de retenção de água no solo nos diferentes tratamentos, teor de água disponível no solo entre a capacidade de campo (10 KPa) e o ponto de murcha permanente (1.500 KPa), tempo transcorrido entre a suspensão da irrigação e o surgimento dos primeiros sinais de estresse hídrico, tempo transcorrido até a morte fisiológica das forrageiras, massa seca de parte aérea, altura final de plantas e umidade gravimétrica do solo após a morte fisiológica das plantas. O estudo foi realizado no período de maio a setembro de 2014, na Embrapa Semiárido em Petrolina-PE. As três espécies foram semeadas em vasos plásticos com capacidade para cinco litros, utilizando como substrato solo (Argissolo) misturado com biocarvão em diferentes proporções (0%, 5%, 15%, 30% e 50% de biocarvão, em relação à massa de solo no vaso). Utilizou-se três repetições para cada tratamento e delineamento experimental inteiramente casualizado. As curvas de retenção de água no solo mostraram que a adição de biocarvão ao solo aumenta consideravelmente a umidade do solo em todos os pontos de tensão avaliados. Todas as espécies estudadas sofreram influência direta das doses de biocarvão com relação ao seu tempo de vida, ou seja, o aumento da dose de biocarvão aumentou linearmente o tempo de sobrevivência das três espécies avaliadas. Contudo, embora o biocarvão tenha auxiliado no prolongamento da vida das plantas, o aumento da umidade promovido pelo mesmo no solo não foi capaz de produzir diferenças significativas na quantidade de matéria seca por vaso, nas diferentes doses avaliadas. A altura final das plantas, com exceção do guandu, não sofreu qualquer influência das doses de biocarvão no solo, sob a condição de estresse hídrico. Capítulo 2: O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito do biocarvão no cultivo de três espécies forrageiras de importância para a região semiárida, em casa de vegetação: sorgo, guandu e capim-buffel. As variáveis avaliadas foram altura das plantas, teor de matéria seca, produção de matéria seca da parte aérea e raiz e quantificação de minerais presentes na parte aérea. Os tratamentos consistiram em doses crescentes de biocarvão (0%, 5%, 15%, 30% e 50% de biocarvão, em relação à massa de solo no vaso) aplicadas sob duas condições de umidade do solo (30% e 100% de capacidade de campo), em delineamento inteiramente casualizado com três repetições. O aumento das doses de biocarvão aumentou a altura das plantas de capim-buffel cultivadas sob 100% da capacidade de campo, sendo a máxima altura das plantas observada sob a dose de 38,26%. Das três culturas avaliadas no presente estudo, apenas para o guandu (leguminosa) houve aumento na produção de matéria seca total em função do aumento da dose de biocarvão, principalmente em função do maior desenvolvimento do sistema radicular. Para o capim-buffel, em ambas as umidades, os maiores teores de proteína foram obtidos sob a dose de 42% de biocarvão, enquanto para o sorgo isso ocorreu sob a dose de 30,55% de biocarvão. O aumento da dose de biocarvão também promoveu aumentos nos teores de cálcio e de fósforo na parte aérea de sorgo e capim-buffel.