Objetivos: avaliar a casuística do serviço do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer de São Paulo, no período de janeiro de 2000 a maio de 2015, comparando critérios de ressecabilidade usados no passado, com o atual critério de ressecabilidade através da avaliação das imagens radiológicas ao diagnóstico e pré-cirúrgico, aplicando-se fatores de risco definidos pela imagem de tomografia e ou ressonância. Correlacionar a ressecabilidade, complicações cirúrgica e recaída, assim como, avaliação dos pacientes que permanecem vivos. Métodos: estudo retrospectivo de casuística do serviço no período determinado, em portadores de neuroblastoma estádios 3 e 4, tumor localizado em abdome e pelve e com exames por imagem ao diagnóstico e do pré-cirúrgico. Foram eleitos 27 pacientes para o estudo após os critérios de seleção e avaliados a presença ou ausência de fatores de risco ao diagnóstico e do pré-cirúrgico através da imagem de tomografia e ou ressonância nuclear magnética. Os dados foram analisados estatisticamente pelos programas SPSS 20.0 e STATA 12, o coeficiente de Kappa na avaliação da concordância entre os critérios de ressecabilidade pelo International Neuroblastoma Staging System e o Image-defined risk factors, McNemar na comparação da ressecabilidade ao diagnóstico e pós-quimioterapia e nível de significância de 5% para todos os testes. Resultados: 27 crianças foram analisadas com média de idade ao diagnóstico de 2,5 anos, onde 55,6% tinham idade acima de 18 meses; 51,9% do sexo feminino e 66,7% tinham estadiamento 4. Houve concordância entre os resultados da ressecabilidade pelo INSS e IDRF ao diagnóstico (p=0,007) e no pós-quimioterapia (p=0,019), mas não houve concordância entre os resultados por IDRFs nos dois momentos. Desta forma os pacientes classificados como sendo ressecáveis por IDRF no pós-quimioterapia, todos tiveram ressecção completa e por outro lado, os classificados como não ressecáveis, 87,5% tiveram ressecção incompleta do tumor. No acompanhamento, 77,8% dos pacientes vivos estavam em remissão, 18,5% recaíram e 33,3% óbitos. Conclusões: Os resultados da ressecabilidade foram semelhantes tanto no método tradicional como por IDRF ao diagnóstico e pós-quimioterapia, a QT pré-operatória aumentou a ressecabilidade do tumor, diminuindo o número dos IDRFs entre o diagnóstico e pós- QT (14,8%-34,6%), a presença de ao menos 1 IDRF esteve associado à ressecções incompletas (sensibilidade de 87,5%) e as complicações foram irrelevantes, assim como, o número de recidivas.