A considerar as diretrizes estabelecidas pelas leis federais e pela prática de reconhecimento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, que determinam o que é patrimônio imaterial no Brasil, a pesquisa objetiva a reflexão sobre o que o Instituto legitima como patrimônio cultural sob a perspectiva da categoria de cultura intangível. Para tal, serão analisados pedidos de registro que tiveram sua solicitação indeferida pelo órgão na década de atuação desta política no país (2000 – 2011). Serão analisadas dez propostas de registro apresentadas ao Iphan nesse período, a saber: Talian – Dialeto de Cultura Italiana (2002); Sanduíche de Bauru (2004); Centro Universitário Maria Antônia – USP; “Lugar de Memória das Lutas Sociais e Símbolo da Resistência contra a Ditadura Militar” (2005); Tooro Nagashi (2009); Modo de Fazer Polenta dos Descendentes de Imigrantes Italianos (2009); Festa de Atiradores Schützenfest (2009); Tradições da Colônia Alemã em Petrópolis (2010); Tiro do Laço (2010); Festival do Japão (2011); Box 32 no Mercado Público de Florianópolis (2011). A análise dessas propostas abre a possibilidade de compreensão sobre: a atuação do órgão de preservação e sua associação ao discurso de defesa da diversidade cultural; as ações de salvaguarda do patrimônio imaterial em âmbito mundial e a disputa política de identidades dos grupos sociais que almejam o reconhecimento no Iphan