Proteínas de fase aguda são glicoproteínas produzidas pelos hepatócitos e liberadas na
corrente sanguínea em resposta a dano tecidual, decorrente de processos inflamatórios
agudos. Atualmente, são consideradas biomarcadores da resposta inflamatória e
infecciosa, quando comparada com outras variáveis como hipertermia, leucocitose e
neutrofilia, porém em asininos ainda não foram bem analisadas. Objetivou-se avaliar
resposta inflamatória aguda em asininos submetidos à ovariectomia por duas diferentes
abordagens. Foram utilizados 18 animais, fêmeas adultas, pesando em média 100 kg, as
quais foram divididas em dois grupos, de 09 animais cada, onde grupo I, foram
ovariectomizadas por laparotomia e o grupo II por laparoscopia. Após as cirurgias foram
avaliadas as seguintes variáveis no sangue total: hemograma, fibrinogênio, haptoglobina,
albumina, antitripsina, alfa-1 glicoproteína ácida, ceruloplasmina, transferrina,
imunoglobulinas A e G. Nos mesmos momentos, no líquido peritoneal, foram
mensuradas: número de hemácias e leucócitos, análise citológica diferencial (leucócitos
e células mesoteliais), proteínas totais, pH e proteínas de fase aguda. Todas as variáveis
foram analisadas antes das cirurgias, 12, 24, 48, 72 horas, 8 e 16 dias após os
procedimentos cirúrgicos. Houve um aumento (p<0,05) do número de leucócitos com
neutrofilia após as cirurgias, independente do procedimento cirúrgico, no soro e líquido
peritoneal. As proteínas de fase aguda tiveram comportamentos diferentes no sangue e
líquido peritoneal. Neste trabalho identificamos, pela primeira vez, a proteína P23.000kD
no soro e amostras peritoneais de asininos. O interesse sobre o papel das proteínas de fase
aguda na medicina veterinária, em especial em equídeos vem crescendo, principalmente,
visando utilizá-las como marcadores precoces do processo inflamatório.