Os objetivos deste trabalho foram descrever o perfil sanitário do rebanho e social dos
criadores de ovinos e caprinos do Oeste Potiguar, através de questionários que revelassem as
características sociais dos criadores e higiênico-sanitárias dos rebanhos. Foram realizadas 243
entrevistas com criadores de ovinos e caprinos da agricultura familiar, com rebanhos de no
máximo 100 animais. Após aplicação dos questionários, obteve-se um banco de dados, que a
partir dos quais pode-se identificar características importantes, bem como fragilidades da
cadeia produtiva e eventuais fatores de risco dos manejos higiênico e sanitário. Os resultados
mostraram que 85% e 81,2% dos criadores de ovinos e caprinos respectivamente, residem na
propriedade; 71,2% e 75,3% tem a propriedade como única fonte de renda e mais de 75% dos
criadores não concluíram o ensino fundamental, independente da espécie do rebanho
analisada. O sistema de criação predominante é o semi-extensivo, as instalações são
predominantemente de chão batido e o uso de quarentena e isolamento para os animais não é
prática rotineira. A vermifugação é uma prática comum em 99,1% dos ovinos e 95,9% dos
rebanhos caprinos, porém é realizada sem nenhuma orientação técnica, como dosagens e
frequência. Dentre as imunizações, a clostridiose é a mais aplicada entre os criadores, tendo o
rebanho caprino um índice de imunização (60,6%) e o rebanho ovino (41,6%). Os sinais
clínicos mais relatados pelos criadores de ovinos e caprinos foram respectivamente diarreia
(88,5% / 88,8%), bicheira (81,4% / 79,4%), anemia (62,8% / 59,4%), aborto (51,3% / 46,5%)
e abscesso (38,1% / 30%) variando apenas a proporção das citações. Podendo-se concluir que
a assistência técnica e a participação em associações ou cooperativas contribuíram para um
aumento na produtividade e no controle das enfermidades nos rebanhos.