Com destaque no cenário esportivo, o hipismo clássico vem se consagrando como esporte nacional. A atividade atlética de salto traz grande exigência muscular dos animais, uma vez que estes são obrigados a superar barreiras, muitas vezes superiores à sua própria altura. O objetivo deste estudo foi caracterizar a morfometria, a bioquímica sérica e as respostas hematológicas ocasionadas pelo exercício físico em equinos atletas em treinamento e competição para a modalidade salto. Participaram do estudo 53 (cinquenta e três) equinos (Equus caballus) de diversas raças, em fase de treinamento e competição da modalidade equestre de Salto, sendo 24 fêmeas e 29 machos entre 4 e 18 anos de idade. O estudo foi dividido em três partes. Na primeira parte foi avaliada a bioquímica sérica dos 53 equinos, dividindo os mesmos em três grupos, de acordo com sua capacidade atlética, visando caracterizar as alterações bioquímicas de acordo com as exigências técnicas de cada categoria, além de obter padrões de referência para os cavalos atletas da modalidade. Foram feitas dosagens das enzimas séricas creatina quinase, aspartato aminotransferase, lactato desidrogenase, gama glutamiltransferase e fosfatase alcalina, além de glicose, uréia, creatinina, albumina, colesterol, triglicérides e proteínas plasmáticas totais. Na segunda parte do estudo foi realizada a análise morfométrica em 15 dos 53 equinos, buscando distinguir um padrão morfológico para a modalidade. As seguintes medidas foram coletadas: altura: cernelha, garupa, costado; comprimento: corpo, garupa, escápula, pescoço, cabeça; largura: cabeça, peito, anca; distância: codilho ao solo, esterno ao solo; perímetro: torácico, antebraço, joelho, boleto e canela. Na terceira e última parte do estudo foi realizada hematologia seriada durante simulação de prova de salto, com finalidade de se verificar alterações provocadas pelo exercício. Durante a avaliação bioquímica não foi encontrada diferença estatística entre os parâmetros analisados de cada grupo. O treinamento e a competição na modalidade equestre de salto não causaram alterações bioquímicas nos equinos atletas, uma vez que os parâmetros se encontraram dentro dos valores de referência para a espécie, concluindo-se que o treinamento e a altura saltada pelos animais estavam de acordo com os limites físicos de cada indivíduo. Todas as medidas lineares encontraram-se dentro do esperado para o tipo de exercício físico ao qual estes animais foram submetidos. As medidas morfométricas apresentaram baixo coeficiente de variação, com valores entre 3,14% e 6,58%, sendo a largura de cabeça a única medida com valor mais alto, de 11,30%. O baixo coeficiente de variação para as medidas lineares avaliadas demonstrou homogeneidade entre os cavalos de salto deste estudo. A simulação da prova de salto provocou um aumento nos valores médios de eritrócitos, hematócrito, leucócitos, neutrófilos segmentados, linfócitos, monócitos e proteínas plasmáticas totais em equinos atletas em treinamento e competição na modalidade equestre de salto, retornando aos valores próximos aos basais em até 24 horas após o esforço físico. Este estudo corroborou com um maior entendimento das adaptações impostas por essa modalidade hípica tão popular entre os esportes equestres.