A matriz extracelular (MEC) desempenha um papel essencial na função das células do epitélio mamário e há muito, os glicosaminoglicanos vêm despertando interesse clínico em todas as áreas da medicina pelo seu importante papel no reconhecimento celular, na migração, na proliferação e diferenciação celular. OBJETIVO: Avaliar a morfologia e a concentração de glicosaminoglicanos nas mamas de ratas tratadas com estrogênio e/ou progestagênio. MATERIAL E MÉTODOS: Sessenta ratas foram divididas em seis grupos com 10 animais cada: GI (5 meses de idade) e GII (18 meses de idade), na fase de proestro, foram tratadas com veículo; os demais animais foram ovariectomizados, e, trinta dias após, tratados com veiculo (GC) ou com hormônios – (GE) tratado com benzoato de estradiol (37,6 mg/animal); (GP) - tratado com acetato de medroxiprogesterona (11,28 mg/animal) e (GEP) - tratado com benzoato de estradiol (37,6 mg/animal), seguido de acetato de medroxiprogesterona (11,28 mg/animal). No grupo GE, o estradiol foi administrado por via subcutânea durante sete dias; no grupo GP, a progesterona foi administrada via subcutânea por 23 dias; no grupo GEP, o estradiol foi administrado uma vez por dia, durante os primeiros sete dias, e a progesterona ao longo dos seguintes 23 dias, por via subcutânea. Vinte e quatro horas após a última administração dos hormônios, os animais foram eutanasiados, e os primeiros pares de mamas inguinais removidos, sendo parte fixada em formaldeído a 10% (avaliação morfológica) e, outra parte, mergulhada em acetona (avaliação dos glicosaminoglicanos). O material destinado à morfologia foi incluído em parafina, e os cortes corados pela hematoxilina-eosina. Já, o material destinado à bioquímica foi processado para eletroforese, em gel de agarose, para análise de GAGs sulfatados, e o ácido hialurônico analisado com um método fluorométrico Elisa-Like. A análise estatística foi feita pela análise de variância (ANOVA) seguido do teste de de Bonferroni (p<0,05). RESULTADOS: As mamas dos grupos com ovários (GI e GII), assim como controle ovariectomizado (GC), mostraram-se atróficas sendo que, nos grupos (GE) e (GEP), observamos alvéolos típicos com secreção no lúmem. Nos animais tratados com progesterona (GP), notamos alvéolos formados basicamente por células que ocupam quase toda a luz alveolar. Com relação aos dados dos glicosaminoglicanos sulfatados, identificamos a presença de heparam e de dermatam sulfato, havendo maior concentração no grupo ooforectomizado (GC), devido à grande concentração de dermatam sulfato (GC = GE > GP = GEP > GII = GI; p<0,05). E, com relação ao ácido hialurônico, encontramos maior concentração nos animais de cinco meses (GI > GII, GC, GE, GEP > GP; p<0,05). CONCLUSÃO: O estradiol e a progesterona apresentam efeito trófico no parênquima mamário. No entanto, a administração previa de estradiol altera a ação da progesterona no tecido mamário da rata.
Palavras-chave: mama, estradiol, 17-acetato de medroxiprogesterona, glicosaminoglicanos, ratas.