Objetivo: Descrever os achados em citologia de impressão de conjuntiva sadia de
coelho submetida ao uso de colírio de INFa2b e comparar esses achados aos
encontrados após uso da MMC 0,02%. Metodologia: Foi realizado estudo
experimental em modelo animal no período entre setembro de 2013 a outubro de
2014 nas dependências da Faculdade de Medicina de Marília, da Unifesp e da
Clínica de Olhos Moacir Cunha. Trinta coelhos albinos da raça Nova Zelândia foram
divididos em 6 grupos e receberam INFa2b ou MMC. Citologia de impressão (CI) foi
realizada antes do início dos colírios e após 15, 30, 60 do seu uso. As seguintes
variáveis foram analisadas na CI: células caliciformes, celularidade, adesão
intercelular, razão núcleo/citoplasma, cromatina, células inflamatórias,
queratinização e citomegalia. Resultados: Os principais achados em CI após o uso
do INFa2b foram a redução de células caliciformes (50,8%), a diminuição da adesão
intercelular (26,2%), a alteração da razão NC (20%) e a redução da celularidade
(15,4%). Após o uso da MMC 0,02%, foi mais frequente a redução das células
caliciformes (46,2%), a alteração da razão NC (25,6%), a adesão intercelular
(23,1%) e a redução da celularidade (20,5%). Não houve diferença estatisticamente
significante para nenhuma das variáveis estudas quando comparou-se as CI após
INFa2b com as CI após MMC 0,02%. Independente da droga utilizada antes da
coleta do material para CI, as citologias colhidas 30 e 60 dias após início das drogas
apresentaram maior redução de células caliciformes quando comparado com as CI
colhidas após 15 dias. Conclusão: A redução das células caliciformes, a diminuição
da adesão intercelular, a alteração da razão NC e a diminuição da celularidade
foram as alterações mais frequentes na CI de impressão colhida após o uso de
INFa2b. Os achados em CI após o uso de INFa2b são semelhantes àqueles
encontrados após o uso da MMC 0,02%. Por ser um estudo em modelo animal,
estudos futuros são necessários para saber se estes resultados se repetem no
humano.