Introdução: O diabetes pode comprometer sobremaneira a vida da criança. Objetivo:
Analisar a vivência de crianças com diabetes mellitus tipo 1, em relação à doença e ao
tratamento. Tese: O diabetes impõe à criança uma nova forma de viver, que requer adaptação
constante. A maneira pela qual a criança vivencia a doença e o tratamento é singular, contudo,
vários fatores podem interferir, positiva ou negativamente, no modo como cada uma atribui
significado a essa vivência. Método: Estudo qualitativo, realizado no Ambulatório de
Pediatria de um hospital público do estado da Paraíba, depois de ter sido provado pelo Comitê
de Ética CAAE nº 33749514.3.00005183, com oito crianças com idades entre sete e onze
anos, com diabetes mellitus tipo 1, no período de setembro de 2014 a julho de 2015. O
material empírico foi construído por meio de entrevistas em profundidade, com o uso de
recursos lúdicos, em encontros semanais, que duravam aproximadamente uma hora. Para
analisar/interpretar os dados, recorreu-se ao referencial teórico adotado, com destaque para o
conceito de vivência de Vygotsky. Foi possível apreender a problemática investigada com
base nas seguintes categorias: ‘Vivências de crianças com diabetes quanto à doença e ao
tratamento‟ e „Vivências de crianças com diabetes em diferentes contextos sociais‟.
Resultados: Os resultados revelaram que, em uma mesma enfermidade, a vivência é singular
para cada criança, pois vários fatores interferem, positiva ou negativamente, na forma como
ela é interpretada. Foram identificados sentimentos negativos em relação à doença e ao
tratamento, como tristeza, raiva, medo e incertezas, e diferentes formas de enfrentar as
situações, como a normalidade, a conformação ou, inversamente, a revolta. Por meio dos
discursos, pode-se apreender que viver com diabetes tipo 1 e seu tratamento significa
conviver com a dor, com a limitação de atividades sociais e de lazer, ter uma rotina com
disciplina, equilibrando dieta, insulina e atividade física; é sentir constantemente medo das
complicações e da morte. Considerações finais: Conhecer as vivências de crianças com
diabetes tipo 1 possibilitou a compreensão da necessidade de um cuidado individualizado
voltado para elas, considerando que muitos fatores interferem nos significados que atribuem à
doença e ao tratamento e, em seu bem-estar.