Os flebotomíneos são dípteros hematófagos pertencentes à família Psychodidae e subfamília Phlebotominae. O gênero Lutzomyia é o responsável pela transmissão das leishmanioses nas Américas e considerando o processo migratório da doença no Estado de São Paulo e a complexidade da relação parasito/vetor/hospedeiros da Leishmaniose é necessário realizar estudo sobre os aspectos ecológicos e epidemiológicos desta doença. A expansão da Leishmaniose no interior paulista está associada aos processos antrópicos e ao desequilíbrio ambiental. O município de Bom Jesus dos Perdões passa por um crescente processo de urbanização onde não é conhecida a fauna de flebotomíneos, bem como a pesquisa de parasitas do gênero Leishmania nestes vetores. O presente projeto teve por objetivo principal, a Identificação da fauna de Flebotomíneos (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae) e detecção molecular de parasitas do gênero Leishmania no Município de Bom Jesus dos perdões, Estado de São Paulo. Os flebotomíneos adultos foram coletados com atração luminosa, armadilha do tipo CDC e armadilha de Shannon, em 12 pontos em três diferentes ambientes, sendo áreas de mata, área Periurbana e áreas urbanas. A
taxonomia alfa foi baseada na chave dicotômica descrita por Galati (2003) e o nome das espécies será abreviado segundo Marcondes (2007). Para a pesquisa de parasitas do gênero Leishmania serão utilizados marcadores baseados nos genes SSU rDNA, citocromo e quitinase. No município de Bom Jesus dos Perdões foi registrada uma riqueza de 12 espécies de flebotomíneos distribuídos em duas Subtribos: Subtribo Lutzomyiina com Migonemyia migonei, Pintomyia fischeri, Pintomyia monticola, Pintomyia misionensis, Evandromyia edwardsi e a Subtribo Psychodopygina com Psathyromyia lanei, Psathyromyia forattiniella, Martinsmyia alphabetica, Psychodopygus arthuri, Psychodopygus iloydi, Psychodopygus ayrozai e Nyssomyia whitmani. A análise molecular baseado no gene de quitinase identificou a espécie causadora de Leishmaniose visceral em Pi. fischeri, Mg. migonei e Ma. alphabetica e Leishmaniose tegumentar em Migonemyia migonei, Pintomyia fischeri, Evandromyia edwardsi, Martinsmyia alphabetica, Psychodopygus iloydi, Psychodopygus ayrozai e Nyssomyia whitmani. Os resultados obtidos alertam para o aumento do risco de transmissão das Leishmanioses e aponta para uma maior importância das medidas de vigilância entomológica, da fiscalização do uso e ocupação do solo e de estudos mais detalhados sobre as espécies desses vetores e de sua relação com os reservatórios silvestres ou urbanos e a população vulnerável no município e região.