O gênero Salmonella é amplamente distribuído na natureza e pode ser encontrado com facilidade em uma diversa gama de alimentos. Atualmente mais de 2.600 sorotipos estão catalogados, dentre os quais, mais de 1500 pertencem a espécie entérica, subespécie entérica, e são considerados potencialmente patogênicos tanto para o homem como para animais. Sabe-se que a maior parte das infecções por Salmonella está associada ao consumo de alimentos contaminados. A nível mundial, estima-se que ocorram anualmente entre 200 milhões e 1.3 bilhões de eventos de doenças intestinais. No que se refere a resistência bacteriana, as taxas de resistência bacteriana, tanto de cepas isoladas em amostras clínicas e de origem veterinária, tem crescido consideravelmente. Acredita-se que exista uma direta conexão entre o perfil de resistência e a filogenia das cepas envolvidas nas descrições clínicas e veterinárias. Material e Métodos: Foram estudadas 85 cepas de Salmonella spp. de origem humana, isoladas de três hospitais situados na cidades de São Paulo, no período de 2008 a 2013, através de disco-difusão, tipagem molecular (Ribotipagem Automatizada e Multi Locus Sequence Typing) e identificação de genes de resistência pelos métodos de Micro-Chip (Check Points®), Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) convencional e Sequenciamento gênico. Resultados: Foram identificados 23 sorotipos diferentes. Os quatro sorotipos mais prevalentes, em ordem decrescente, foram : Enteritidis (30), Typhimurium/4,[5], 12: i: - (13), Typhimurium (8) e Muenchen (6).Os ribogrupos mais prevalentes nos quatro sorotipos mais descritos, citados acima, foram: 259-S-3 no sorotipo Enteritidis, 203-S-3 no sorotipo Typhimurium/4,[5], 12: i: -, 361-S-8 no sorotipo Typhimurium e 208-S-5 no sorotipo Muenchen. As quatro amostras tipadas pela técnica de MLST apresentaram os seguintes ST’s: ST19, ST121, ST11 e ST1921 Resistência a ampicilina foi evidenciada em 20,25% das amostras e em 6,25% para ceftriaxone. Foram identificados os seguintes genes de resistência, em pelo menos uma das cepas testadas: blaCMY-1, blaCMY-2, blaTEM, blaCTX-M-14, blaCTX-M-1, blaSHV, blaGES A resistência a ciprofloxacina foi observada em 6,25% das amostras sendo 4 positivas para qnrB. Conclusão: Observou-se semelhança no perfil de resistência entre amostras de origem clínica e amostras de origem veterinárias, as quais foram estudadas previamente provenientes do Programa de Redução de Patógenos (PRP) do Ministério da Agricultura, Pecuário e Abastecimento (MAPA). Quanto aos sorotipos identificados, um número maior foi observado na amostras veterinárias (53), em comparação aos sorotipos descritos nas amostras de origem clínica (23) com predomínio dos sorotipos Enteritidis e Typhimuirum em ambas. Dos quatro MLSTs identificados nas amostras de origem clínica, o ST19 também foi descrito nas amostras veterinárias.