O pré-condicionamento isquêmico (PCI) tem se mostrado eficiente para melhorar o desempenho aeróbio e anaeróbio. Entretanto, o efeito em exercício intervalado de alta intensidade tem se mostrado controverso, o efeito placebo não tem sido adequadamente controlado e nenhum estudo levou em consideração o efeito nocebo. Portanto, nós investigamos o efeito do PCI no desempenho na natação em atletas bem treinados ao realizar uma série intervalada de alta intensidade (SIAI)controlando os efeitos placebo e nocebo. Nadadores velocistas foram alocados aleatoriamente em dois grupos. Um grupo [n = 15, 24 ± 1 anos (média ± EPM)] foi exposto ao PCI (ciclos de isquemia por 5 min) e a um procedimento controle (CT, sem isquemia). O outro grupo (n = 15, 24 ± 1 ano) foi exposto a um procedimento placebo (PL, ciclos de isquemia de pelo menos 1 min) e ao CT. Todos os voluntários foram informados que tanto o PCI quanto o PL melhorariam o desempenho em comparação ao CT e que a isquemia seria inofensiva apesar da sensação de desconforto. A SIAI consistiu em seis repetições de 50 m em velocidade máxima a cada 3 min. A expectativa de melhora do desempenho após os procedimentos PCI e PL foi de 87% e 73% (P = 0,66), respectivamente. O PCI reduziu o tempo do pior sprint (PCI: 35,21 ± 0,73 vs. CT 36,53 ± 0,72 s, P = 0,04) e o tempo total dos sprints (PCI: 203,7 ± 4,60 vs. CT 206,03 ± 4,57 s, P = 0,02), e aumentou a velocidade média de nado (PCI: 1,45 ± 0,03 vs. CT 1,44 ± 0,03 m/s, P = 0,049). A concentração de lactato (P = 0,20) e a percepção subjetiva de esforço (P = 0,22) não mudaram com o PCI. O PL não provocou mudança nos tempos, velocidade de nado, concentração de lactato e percepção subjetiva de esforço (P > 0,05). Em conclusão, o PCI melhorou o desempenho na natação em atletas bem treinados em uma SIAI, o que não ocorreu com a intervenção PL. Portanto, os resultados suportam que o PCI ossui efeito ergogênicos, independente do efeito PL.