Investigar os efeitos de diferentes doses de ranelato de estrôncio (SrR) isolado ou associado à vibração mecânica (VBM) de baixa intensidade e frequência na cartilagem articular de ratas ooforectomizadas. Métodos: 50 ratas adultas Wistar com 6 meses de idade, foram ooforectomizadas (OVX) e após três meses divididas em 5 grupos: Grupo Controle: tratadas com solução veículo; Grupo SrR300: tratadas com 300 mg/kg/dia de SrR; Grupo SrR625: tratadas com 625 mg/kg/dia de SrR; Grupo VBM: submetidas a vibração mecânica; Grupo SrR625+VBM: tratadas com 625 mg/kg/dia de SrR e submetidas a VBM. A solução veículo (água) e o SrR foram administrados por gavage 7 dias/semana e a vibração mecânica foi realizada durante 20 min/dia, 5 dias/semana em uma plataforma projetada para proporcionar uma aceleração vertical de 0,6g a uma frequência de 60 Hz. A densidade mineral óssea (DMO) e a composição corporal foram avaliados por densitometria óssea (DEXA) no início e ao final do tratamento. Após 90 dias, os animais foram submetidos à eutanásia e os fêmures distais com suas respectivas cartilagens foram fixados em formaldeído a 4% (preparado a partir do paraformaldeído) em tampão fosfato 0,1M (pH 7,2), descalcificados em EDTA a 10% em tampão fosfato de sódio (pH 7,2), desidratados em concentrações crescentes de etanol, diafanizados em xilol, impregnados e incluídos em parafina. Os cortes seriados foram realizados com 5 μm de espessura, aderidos a lâminas e submetidos a coloração de Hematoxilina e Eosina para as análises histomorfométricas, a fim de verificar o número de condrócitos e clones de condrócitos. Alguns cortes foram destinados as análises imunoistoquímicas para avaliar a morte celular (Caspase-3), fator de necrose tumoral α (TNF-α), metaloproteinase 9 (MMP-9) e colágeno tipo II. Outros foram evidenciados com Safranina O e Fast Green e submetidos a classificação do grau de osteoartrite segundo a OARSI (Osteoarthritis Research Society International). Para análises bioquímicas a cartilagem articular foi removida do fêmur distal e destinadas a quantificação dos glicosaminoglicanos sulfatados por eletroforese em gel de agarose e do ácido hialurônico pelo método ELISA. Resultados: Aumento de massa corporal e porcentagem de gordura foi observado no grupo Controle, enquanto SrR625 mostrou uma diminuição de gordura, aumento de massa magra e a maior densidade mineral óssea ao final do tratamento. Os grupos tratados com ranelato de estrôncio exibiram o menor grau de osteoartrite segundo a classificação OARSI, menor número de clones de condrócitos, aumento de condroitim sulfato e diminuição da expressão de caspase-3. A maior concentração de ácido hialurônico foi observada no grupo SrR300 quando comparado aos demais grupos. A vibração mecânica isolada e/ou combinada acelerou a degradação da cartilagem, demonstrado pelo aumento da classificação OARSI, redução do número de condrócitos, aumento do número de clones, elevada expressão de colágeno tipo II e de morte celular, acompanhada pela diminuição das concentrações de condroitim sulfato e ácido hialurônico. Contudo, a vibração mecânica de forma isolada foi capaz de reduzir a expressão de TNF-α e MMP-9. Conclusão: Tomando em conjunto nossos resultados mostram que o ranelato de estrôncio e a vibração mecânica modulam respostas distintas na cartilagem articular de ratas ooforectomizadas, e quando associados parecem acelerar a degeneração. Por outro lado, o tratamento com SrR na dose de 300 mg/kg/dia atenua a progressão da osteoartrite, melhorando a qualidade da matriz cartilaginosa, preservando a viabilidade dos condrócitos.