SAVARIS, Thaiza. Intoxicação experimental pelas sementes de Crotalaria lanceolata E. Mey. (Fabaceae) e Crotalaria pallida Aiton. (Fabaceae) em frangos de corte (Gallus gallus domesticus). 2016. 79p. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) – Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa de Pós Graduação em Ciência Animal, Lages, 2016. Crotalaria lanceolata e Crotalaria pallida são leguminosas presentes na maioria do território brasileiro. Inicialmente foram utilizadas como adubação verde e devido sua fácil disseminação são consideradas invasoras de culturas. Através da colheita mecanizada das lavouras de soja e milho pode ocorrer contaminação destes grãos com as sementes dessas espécies e entrar na formulação de ração para animais de produção. O gênero Crotalaria spp. possui alcaloides pirrolizidínicos de ação tóxica. A maioria das espécies desse gênero causam lesões hepáticas, com evolução aguda ou crônica. Frangos de corte de um dia e 28 dias de vida foram alojados no aviário experimental localizado no Setor de Avicultura do CAV/UDESC. Os frangos de corte foram divididos em grupo I (sementes de C. pallida), grupo II (sementes de C. lanceolata) e grupo controle. Os grupos I e II foram divididos em cinco subgrupos, com oito frangos cada, que a partir do sétimo dia de vida, receberam doses contínuas de 0,4%, 0,8%, 2,5% e doses únicas de 15% e 25%. Quatro frangos de cada grupo foram sacrificados aos 28 dias, completando 21 dias de consumo das sementes, e os quatro restantes aos 42 dias de vida, completando 35 dias de consumo das sementes. Também foram conduzidos experimentos com as sementes dessas duas plantas com aves de 28 dias, as quais foram divididas em cinco grupos com quatro aves por grupo, para receberem durante vinte dias as doses de 1% e 2% de sementes de C. pallida e C. lanceolata na ração, respectivamente. Estas aves foram sacrificadas ao completarem 80 dias de vida. Sementes de Crotalaria lanceolata demonstraram maior toxicidade para frangos de corte do que sementes de Crotalaria pallida fornecidas a partir do sétimo dia de vida das aves. Os sinais clínicos foram inapetência, penas arrepiadas e diarreia acastanhada. Na macroscopia observou-se edema subcutâneo, ascite, hidropericárdio, fígado de coloração amarelada com hipertrofia e, ou, atrofia, evidenciação do padrão lobular e vesícula biliar distendida. As lesões histológicas estavam presentes na maioria das aves e caracterizaram-se por tumefação e degeneração vacuolar de hepatócitos. Nas aves que manifestaram alterações clínicas e lesões macroscópicas, havia megalocitose, cariomegalia, hiperplasia do epitélio biliar, leve, esferoides eosinofílicos e invaginação nuclear com perda da arquitetura dos cordões de hepatócitos.