O salmão, Salmo salar L. é uma das espécies de peixe mais importadas no nosso país. As indústrias de beneficiamento de pescado geram grandes quantidades de resíduos. No beneficiamento de salmão seus resíduos representam mais de 60% e quando descartados de maneira inadequada pode acarretar grandes prejuízos ao meio ambiente. O colágeno é a principal proteína do tecido conjuntivo, sendo a proteína mais abundante em mamíferos, aves e peixes. Uma utilização comercial do colágeno é a gelatina, obtida pela hidrólise parcial do colágeno. Revestimentos e filmes comestíveis são tipos de proteção que podem ser aplicadas em um alimento. As proteínas estão entre as principais macromoléculas encontradas em filmes comestíveis. O músculo do salmão, também não possuía destino, então, a alternativa é a extração de astaxantina do mesmo, fechando um ciclo de produção com o aproveitamento integral do pescado e inovação de produtos. O objetivo desse trabalho é extrair gelatina a partir de pele e carcaça de salmão (Salmo salar L.), extrair astaxantina do músculo do mesmo peixe e produzir filmes a partir das gelatinas extraídas incorporados com a astaxantina. Para a extração da gelatina foram realizadas basicamente cinco etapas (desmineralização, tratamentos ácidos e alcalinos alternadamente e extração em água destilada sob aquecimento). A gelatina extraída foi caracterizada quanto a composição química, minerais, atividade de água (Aw), força de gel, cor, rendimento de extração, calorimetria diferencial de varredura (DSC), termogravimétrica (TGA), espectroscopia no infravermelho (FTIR), distribuição de massa molar e microscopia eletrônica de varredura (MEV). A formulação do filme foi feita com 3% de gelatina de peixe e 5% de glicerol (em base seca) variando a quantidade de extrato de astaxantina e de ácido tânico. Os filmes foram obtidos por casting e caracterizados quanto à permeabilidade a vapor de água, opacidade, cor, e morfologia (MEV). Os filmes obtidos se apresentaram com boa aparência, homogêneos e manuseáveis, com boa transparência e com umidade entre 10,5 e 12%. A adição de astaxantina juntamente com ácido tânico foram efetivos para reduzir a permeabilidade ao vapor de água (PVA), a qual foi reduzida significativamente. A extração de gelatina a partir desse resíduo pode ser uma nova alternativa, já que a mesma apresenta características favoráveis a uma gelatina de boa qualidade, principalmente devido a boa força de gel; baixa atividade de água; Baixos teores de umidade e cinzas; alto teor de proteínas; cor próxima ao branco e boas propriedades térmicas para usos até 200ºC. A aplicação da gelatina como na produção de filmes mostrou-se efetiva quando adicionados de ácido tânico como reticulante.