Com o declínio na pesca do pepino do maré de fundamental importância o investimento em pesquisas de novas espécies com potencial para cultivo, como a Holothuria grisea. Uma melhor compreensão da alimentação dessa espécie é um passo importante para o desenvolvimento da aquicultura desses animais. O objetivo desse trabalho foi avaliar a seletividade e a preferência alimentar de juvenis de H. grisea, submetidos a diferentes dietas e o comportamento alimentar dos animais, em relação a dois fotoperíodos diferentes. Inicialmente verificou-se a seletividade e preferência alimentara quatro dietas utilizando metodologia do aquário em “Y”. As dietas experimentais foram, areia peneirada e livre de matéria orgânica(controle), sedimento lamacento “mud”, mistura de areia com substrato úmido de piscicultura e mistura de areia com substrato úmido de um cultivo de zooplâncton. Em seguida, foi observado o comportamento alimentar sob dois diferentes fotoperíodos, o natural(FN)e outro com 24 h de escuro(24E). As variáveis analisadas nesta etapa foram o número de animais se alimentando, número de animais defecando, número de animais protegidos (FN), número de animais se movimentando e distância percorrida pelos animais. Além dessas, também foram analisadas a luminosidade incidente e a temperatura da água. Não houve diferença estatisticamente significativa (p ≥ 0,05) entre as médias das escolhas positivas das dietas, porém houve diferença estatisticamente significativa (p ≤ 0,05) nos tempos de orientação e de início de alimentação para as dietas controle e areia mais substrato úmido de cultivo de zooplâncton, com escolha e início de alimentação mais rápidos para a segunda dieta. Com relação aos animais submetidos a 24E, a atividade alimentar foi constante e teve correlação negativa (r = -0,52; p ≤ 0,05) com a temperatura da água, no período em que a temperatura foi mais baixa a atividade alimentar aumentou. Nos animais submetidos a FN, a atividade alimentar apresentou correlação negativa com a temperatura (r = -0,71; p ≤ 0,05) e intensidade luminosa (r = -0,63; p ≤ 0,05), ou seja, a medida que crescia a intensidade luminosa e a temperatura, os animais cessaram a alimentação. H. grisea apresentou hábito alimentar noturno, sendo fortemente influenciado pela intensidade deluz e pela temperatura da água, porém não demonstrou seletividade, nem preferência alimentar para nenhuma das quatro dietas testadas.