Este trabalho foi dividido em quatro capítulos. O primeiro realizou-se com o objetivo de
quantificar o teor de tanino condensado (TC) através da Reação de Stiasny e conhecer as
classes de metabólitos secundários presentes pela técnica de prospecção fitoquímica e
ressonância magnética nas leguminosas forrageiras tropicais Cajanus cajan (guandu-GUA),
Gliricidia sepium (gliricidia-GLI), Flemingia macrophylla (flemingia-FLE), Cratylia
argêntea (cratilia-CRA), Mimosa caesalpineafolia (sabiá) sendo que essa leguminosa tinha a
fração casca e folha (SABc e SABf) entre os tratamentos. Os extratos obtidos foram divididos
em: extrato total, número de Stiasny (NS), TC e não taninos. A FLE, CRA, GUA, GLI, SABf
e SABc apresentaram os valores para o extrato total 13,20; 13,06; 8,28; 14,73; 15,67 e 6,22%,
respectivamente. A reatividade pelo NS, na mesma ordem das leguminosas, foi de 11,25;
4,54; 7,37; 6,70; 23,06 e 71,62%, já o TC apresentou os seguintes valores 1,52; 0,59; 0,61;
0,96; 3,6 e 4,43% e o não tanino foi de 11,68; 12,46; 7,67; 13,75; 12,07 e 1,76%,
respectivamente. Foram identificadas as seguintes classes de compostos secundários em
maiores evidências: os sacarídeos, carboidratos, aminoácidos não protéicos e os glicosídeos
cardioativos. Já para o TC, a intensidade foi baixa para grande parte das leguminosas,
prevalecendo maior teor para CRA, GUA e SABf. Foi constatado como componente principal
nos extratos o metil-inositol (açúcar). O segundo capítulo teve como objetivo avaliar nas
leguminosas citadas acima e mais uma espécie, o Stylosanthes spp (estilosantes-EST), analisar
os constituintes do TC com uso de solvente orgânico, tanino solúvel (TCE), tanino aderido à
proteína (TCPB), tanino aderido à fibra (TCFB) e taninos condensados totais (TCT),
características estruturais tais como: propelargonidina (PP); prodelfinidina (PD) e
procianidina (PC); peso molecular (grau de polimerização–(DP); distância do peso molecular
distribuído do polímero (PDI); peso médio da massa molecular (Mw); número médio da
massa molecular (Mn); além de determinar a atividade biológica, através da técnica de
proteínas precipitáveis por fenóis (PPP). As variáveis TCE, TCPB e TCT apresentadas foram
influenciadas pelas diferentes espécies (P≤0,05). A fração TCFB não foi constatada nas
leguminosas. Os pesos moleculares (Mw) foram influenciados pelas diferentes espécies
(P≤0,05), variando de 737 a 1168 Da. As características estruturais (PP, PD, PC e PD:PC)
tiveram variação entre as espécies estudadas. Objetivou-se com o terceiro capítulo avaliar a
metanogênese (metano total (CH4-total), incubado (CH4 inc.) e fermentado (CH4 ferm.) e os
parâmetros de fermentação ruminal (produção de gás total (PGT), pH, amônia (N-NH3),
ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) e digestibilidade in vitro da matéria orgânica
(DIVMO) frente aos TC presentes nas leguminosas e feno de Urochloa brizantha cv.
marandu como controle (CTL). Foi testado também o efeito do polietileno glicol (PEG) sobre
a fração folha do sabiá, que teve conteúdo de TC de 15,97%. Não foi observado alteração no
pH (P≥0,05) para os tratamentos avaliados. No entanto, foram observadas diminuição da
produção total de gás e produção de metano para todos os tratamentos com presença de TC
(P≤0,05). Para o tratamento com PEG houve aumento de 27,01 (8% PEG) e 35,01 (16% PEG)
na produção total de gás e 3,59 (8% PEG) e 4,15 (16% PEG) na produção de metano. GUA,
FLE, SABc e SABf foram capazes de modificar (P≤0,05) a concentração de N-NH3 (mg/dL)
juntamente com o CTL, que também apresentou valores inferiores comparado as leguminosas
com traços e ausência do TC (ETL, CRA e GLI). Houve diferença (P≤0,05) para DIVMOentre as leguminosas e o controle, observou-se menor digestibilidade (P≤0,05) para FLE,
GUA e SABf, em relação ao CTL, não sendo digestível o SABc. A DIVMO foi afetada pela
adição de PEG na dieta do SABf. No perfil dos AGCC houve diferença (P≤0,05) para os
tratamentos avaliados, com menor valor para as leguminosas com presença de TC. O quarto
capítulo teve como objetivo testar o efeito da técnica de inibição da migração larval (IML) in
vitro do TC proveniente das leguminosas em estudo (FLE, CRA, GUA, GLI, EST, SABf e
SABc) sobre as larvas infectantes L3 do nematóde o Haemonchus contortus (HC)
comparando com Ivermectina e controle negativo (líquido ruminal e tampão). Entre as
leguminosas estudadas o SABf e GUA não diferiram entre si (P≥0,05), com as maiores
porcentagens IML (34,75% e 34,33%). As leguminosas GUA, FLE e SABc não diferiram
entre si (P≥0,05), apresentando moderados valores de IML (30,25%, 30,0% e 29,75%,
respectivamente). Entre as leguminosas estudadas a menor porcentagem de IML foi para CRA
(18,46%), GLI (23,75%) e controle negativo (líquido de rúmen e tampão) valores próximos
do controle positivo com Ivermectina (22,0%).