A presença de parasitos no pescado tem sido motivo de preocupação para pesquisadores do mundo inteiro, devido aos enormes prejuízos econômicos para a indústria pesqueira, principalmente pelas espécies zoonóticas que conferem risco para a saúde pública e não em menor importância por aquelas que apresentam aspecto repugnante ao consumidor. Este trabalho foi dividido em três estudos, no primeiro, o objetivo foi identificar larvas de Anisakidae devido a sua importância higiênico-sanitária e na saúde pública, cujos parasitos infectam espécimes do peixe sapo-pescador, Lophius gastrophysus, obtidos em mercados dos municípios de Cabo Frio, Niterói, Duque de Caxias e Rio de Janeiro. Para tal, foram investigados 87 espécimes de L. gastrophysus. Desses, 17 (19,5%) estavam parasitados por larvas de anisaquideos. Estes peixes estavam parasitados com as espécies: Anisakis simplex, Hysterothylacium sp. e Raphidascaris sp., que apresentaram prevalências de 1,14, 12,6 e 12,6%, intensidade e intensidade média de infecção de 1, 2,81 e 10,5 e abundância média de 0,01, 0,35 e 1,33, respectivamente. Os sítios de infecção observados foram: o estômago, serosas do estômago e intestino e cavidade abdominal. Este foi o primeiro registro de A. simplex, Hysterothylacium sp. e Raphidascaris sp. nesta espécie de peixe. No segundo estudo, objetivou-se investigar as larvas de nematoides Anisakidae e Raphidascarididae, através do estudo integrativo, morfológico, morfométrico e genético, que infectam os linguados Paralichthys patagonicus (Pp) e Xystreurys rasile (Xr), comercializados no Estado do Rio de Janeiro, Brasil, e assim, identificar as espécies de nematoides, relacionando seus índices parasitários de prevalência (P), intensidade média (IM), abundância média (AM), amplitude de infecção (AI) e sítios de infecção (SI), juntamente com a sua importância sanitária. Para esse estudo foram necropsiados 66 espécimes de linguados, sendo 36 espécimes de P. patagonicus e 30 de X. rasile, que estavam parasitados por um total de 5915 larvas de terceiro estágio (L3) de nematoides, sendo 5666 L3 coletadas de P. patagonicus e 249 de X. rasile, pertencentes as espécies Anisakis typica com P = 11,1%, IM = 1.25, AM = 0.13, AI = 1-2 em Pp; P = 16.6%, IM = 1.8, AM = 0.3, RI = 1-3 em Xr; Terranova sp. com P = 33.3%, IM = 2.66, AM = 0.88, AI = 1-11 em Pp; P = 10%, IM = 1, AM = 0.1 em Xr; Contracaecum sp. com P = 8.3%, IM = 1.66, AM = 0.13, RI = 1-3 em Pp; P = 13.3%, IM = 1.33, AM = 0.13, AI = 1-2 em Xr; Hysterothylacium deardorffoverstreetorum com P = 100%, IM = 154.2, AM = 154.2, AI = 1-859 em Pp; P = 93.3%, IM = 7.21, AM = 6.73, AI = 1-17 em Xr; e Raphidascaris sp. com P = 38.8%, IM = 5.14, AM = 2, AI = 1-21 em Pp; P = 33.3%, IM = 3.1, AM = 1.03, AR = 1-8 em Xr. A identificação taxonômica foi baseada nos caracteres morfológicos e morfométricos, e a análise genética foi usada para A. typica e H. deardorffoverstreetorum. A caracterização genética confirmou a identificação dos espécimes das espécies de Anisakis e Hysterothylacium, usando ambos os alvos moleculares ITS e cox2, sendo este o primeiro registro de A. typica, H. deardorffoverstreetorum e Raphidascaris sp. parasitando esses linguados. O terceiro estudo teve como objetivo identificar morfológica e morfometricamente e geneticamente as espécies de Acanthocephala que parasitam P. isosceles (Pi), P. patagonicus (Pp) e X. rasile (Xr), apresentando seus índices parasitários de prevalência (P), intensidade (I), intensidade média (IM), abundância (A), abundância média (AM) e assim como as suas amplitudes de infecção (AI) e sítios de infecção. Os 120 espécimes de linguados estudados, 60 P. isosceles, 30 P. patagonicus e 30 X. rasile, foram coletados na costa do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Os resultados obtidos mostraram que os espécimes de P. isosceles e P. patagonicus estavam parasitados por acantocéfalos juvenis pertencentes as espécies Serrasentis sagittifer com P = 11.7%, IM = 1.4, AM = 0.17 AI = 1-4 em Pi; P = 26.7%, IM = 4.4, AM = 1.17, AI = 1-11 em Pp; Bolbosoma turbinella com P = 13.3 %, IM = 2.0, AM = 0.27, AI = 1-4 em Pi; P = 13.3 %, IM = 2.5, AM = 0.33, AI = 1-4 em Pp; Corynosoma australe com P = 5%, IM = 3.3, AM = 0.17, AI = 1-5 em Pi; P = 16.7 %, IM = 3.6, AM = 0.6, AI = 1-7 em Pp; P = 10 %, IM = 2, AM = 0.2, AI = 1-4 em Xr; e C. cetaceum com P = 1.7%, I = 1, A = 0.017 em Pi; P = 26.7 %, IM = 2.25, AM = 0.6, AI = 1-6 em Pp. Os espécimes de X. rasile estavam parasitados por C. australe, além disso, a caracterização genética confirmou a identificação dos espécimes pertencentes aos gêneros Bolbosoma e Corynosoma, como demonstrado pela análise filogenética, usando ambos os alvos moleculares ITS e cox1. Este é o primeiro registro para S. sagittifer e B. turbinella nos linguados das espécies P. patagonicus e X. rasile.