A recuperação das áreas de pastagens degradadas é um aspecto essencial na atualidade, e como
opção para recuperação dessas áreas tem sido proposta a utilização de sistemas silvipastoris
(SSP). No entanto, para o sucesso desses, deve ser considerado a tolerância da espécie
forrageira escolhida e o nível de sombreamento adotado. O objetivo deste trabalho foi de avaliar
as características produtivas e estruturais do pasto de Urochloa decumbens em sistema
silvipastoril com eucalipto durante o verão e outono. Utilizou-se o delineamento em blocos
completos casualizados em esquema de parcelas subdivididas, com dois tratamentos e três
repetições. Os tratamentos corresponderam ao tipo de sistema avaliado (silvipastoril ou
pastoril), e cada repetição consistiu de um piquete de 1,5 ha. Os tratamentos foram mantidos
sob lotação contínua durante duas estações do ano (verão e outono) durante os anos de 2011 a
2014. Foram realizadas as seguintes avaliações: medidas da radiação fotossinteticamente ativa,
altura (ALT), massa de forragem (MF), massa seca de lâminas foliares, de colmos e de material
morto (MSLF, MSC e MSMM), porcentagem de lâminas foliares, colmos e material morto na
massa de forragem (%LF, %C e %MM), relação folha:colmo (RFC), densidade populacional
de perfilhos (DPP), porcentagem de perfilhos vegetativos e reprodutivos (%PV e %PR),
densidade volumétrica da forragem (DV), acúmulo e taxa de acúmulo de forragem (AF e TAF).
As análises de variância foram realizadas por meio do PROC MIXED do SAS®. As médias
foram estimadas pelo “LSMEANS” e a comparação feita por meio do “PDIFF” (p≤0,05). O
nível médio de sombreamento foi de 46%. Somente houve efeito de interação entre os
tratamentos e as estações do ano (p≤0,05) para as variáveis AF e TAF que revelaram menores
médias para o SSP durante o outono (808 kg ha-1 e 38 kg ha-1 dia-1, respectivamente). As
variáveis MF, MSC, MSMM, %LF e DVF variaram com os sistemas (p≤0,05), somente com
maior valor de %LF para SSP, (32,8%) em relação ao sistema pastoril (30,2%). A ALT foi
similar entre os sistemas (35,2 cm), indicando não haver diferença de manejo do pasto entre
estes. As variáveis ALT, %LF, %C, RFC, DPP, %PV e %PV variaram com as estações, sendo
que o verão proporcionou maiores médias somente para ALT, %C e %PR (37,2 cm, 50,7% e
15%, respectivamente). As demais características foram favorecidas pelo outono. As variáveis
MSLF (média de 881 kg ha-1 MS) e %MM (68%) não variaram (p≥0,05) com os sistemas e
estações do ano. O nível de 46% de sombreamento reduz o acúmulo de forragem da braquiária
decumbens. O sistema silvipastoril altera a composição morfológica do pasto de Urochloa
decumbens.