Introdução: A hipóxia pode alterar os estados de humor, padrão de sono e diversas funções cognitivas, incluindo a memória, a atenção, as funções executivas, a tomada de decisão, o tempo de reação entre outras. Por outro lado, o exercício físico quando realizado em condição de normóxia pode melhorar todas estas funções. Objetivo: avaliar a influência de duas sessões de exercício físico a 50% do VO2pico. realizadas em condição de hipóxia, (equivalente à 4.500 m durante 29 horas), sobre o sono, o estado de humor e funções cognitivas em jovens saudáveis. Método: a amostra foi composta por 38 voluntários saudáveis do gênero masculino com idade entre 20 e 30 anos, distribuídos aleatoriamente em 4 grupos: Normoxia (n = 10) (GN), Hipóxia (n= 10) (GH), Exercício em Normóxia (n = 10) (GEN) e Exercício em Hipóxia (n= 8) (GEH). O protocolo experimental teve duração de 2 dias e 2 noites consecutivas com 29 horas de exposição à hipóxia, equivalente a 4.500m. Foram avaliadas a memória, a atenção, a tomada de decisão, o tempo de reação (TR), as funções executivas e o quociente de inteligência, além dos estados de humor. Estas avaliações foram realizadas duas vezes, a primeira em normóxia e a segunda após 28 horas na hipóxia. O sono foi avaliado pela polissonografia em dois momentos: o primeiro em normóxia e o segundo na hipóxia. Resultados: em hipóxia após o exercício físico houve melhora na eficiência do sono, estágio N3 e REM e redução do despertar após o início do sono (p <0,05). Os escores de tensão, raiva e depressão, vigor e funções cognitivas melhoram após exercício em hipóxia (p <0,05). Conclusões: concluímos que a hipóxia piora o sono, os estados de humor e funções cognitvas. O exercício físico agudo a 50% do VO2pico., na hipóxia, influencia a eficiência do sono melhorando os aspectos que haviam sido prejudicados em condição de hipóxia e possivelmente contribuindo para a melhora do humor e tempo de reação.
Palavras-chave: hipóxia/ altitude, cognição, humor, sono