Utilizou-se dados de experimentos realizados com bovinos zebuínos e seus cruzamentos, no Laboratório de Calorimetria e Metabolismo Animal da Escola de Veterinária da UFMG entre 2009 e 2015, para avaliar o valor energético de dietas tropicais e desenvolver equações para predição da produção de metano. Utilizaram-se os dados de coleta total de fezes por cinco dias consecutivos e as estimativas utilizadas pelo modelo NRC (2001) para avaliar relações do valor energético, expressas de diferentes formas. A produção de metano foi determinada em câmara respirométrica pela técnica de calorimetria indireta. Obtiveram-se duas equações com uma única variável cada, CMS (kg/dia) e CEB (MJ/dia). Os animais encontravam-se em cresci-mento, terminação, gestação e lactação, possuíam peso vivo de 180 a 683 kg, e foram alimen-tados nos planos nutricionais de manutenção, ad libitum e intermediário (ganhos leves, 0,5 a 0,6 kg/dia), com dietas à base de forragem ou à base de forragem e concentrado. Os concentra-dos foram compostos por milho farelado, farelo de soja e suplemento mineral. Os volumosos utilizados incluíram feno de Tifton-85 (Cynodon spp), e silagens de sorgo (Sorghum bicolor), milho (Zea mays) e capim Tanzânia (Panicum maximum Jacq cv. Tanzania). O modelo proposto pelo NRC (2001) subestimou os valores de NDT (P<0,01), de EE (P<0,01) digestível, de CNF digestível (P<0,01), e de FDN digestível (P<0,01). A relação entre a concentração de energia digestível e o percentual de NDT foi 0,0348. A relação entre energia metabolizável e energia digestível foi superior a 0,82. As estimativas de NDT através do modelo proposto pelo NRC (2001) não corresponderam às estimativas obtidas in vivo em condição tropical. O principal determinante da produção diária de metano foi o consumo de matéria seca, expresso, em kg/dia (QMR=0,61 e CP=27,2).