O presente trabalho foi planejado para selecionar potenciais probióticos a partir de cepas do trato digestório de bovinos de corte criados no Norte de Minas Gerais, Brasil. Inicialmente, foram coletadas amostras de fluido ruminal, que por sua vez seguiram para isolamento e identificação de fungos filamentos os em laboratório. Noventa fungos obtidos a partir do meio Celulose seguiram para avaliação da atividade enzimática. Para todos os isolados foram realizadas leituras da produção de enzimas (celulase, xilanase e complexo lignolítico),qualitativamente, com 24, 48 e 96 horas de incubação. Posteriormente, os vinte melhores fungos na produção dessas enzimas seguiram para ensaio de quantificação da carboximetilcelulase, produção de ácidos orgânicos na fermentação da Brachiaria decumbens ,ensaio de tolerância aos ácidos graxos voláteis do rúmen, verificação da produção de micotoxinas e, ensaios de viabilidade dos inóculos no ambiente. Após tabulação dos dados, dois fungos superiores nos experimentos acima foram selecionados e, realizou-se testes de viabilidade no fluido ruminal de bovinos, digestibilidade e degradabilidade da Brachiaria decumbens e de Tifton 85, produção de gases da fermentação de duas forrageiras, além de, avaliação da colonização desses isolados na B. decumbens sob microscopia eletrônica de varredura. Os resultados demonstram a ocorrência do gênero Aspergillus no trato digestorio de bovinos de corte e, atividade superior de enzimas que degradam a parede celular vegetal. Os fungos não produziram aflatoxinas, foram tolerantes aos ácidos graxos voláteis do rúmen, produziram ácidos acético, butírico e glucônico; variando suas proporções dependendo do meio de fermentação da Brachiaria decumbens . Dois isolados, identificados como A.terreus e A.fumigatus, destacaram-se na quantidade de celulase produzida, na colonização da fibra, na viabilidade no fluido ruminal e no incremento a digestibilidade das forrageiras. A produção de gases e a degradabilidade da MS não foram alteradas pela adição desses organismos (P>0,05).Esses dados sugerem a possibilidade de utilização desses microrganismos como probióticos na dieta de bovinos alimentados com Brachiaria de decumbens ou feno de Tifton 85. Outros estudos in vivo devem ser realizados verificando o efeito desses fungos sobre variáveis zootécnicas e metabólicas em bovinos de corte.