Este estudo teve como objetivo avaliar a resposta inflamatória no soro e fluido
folicular perante ao desafio com lipopolissacarídeo (LPS), correlacionando com a
produção de estradiol, atividade da enzima PON1 e haptoglobina no soro sanguíneo
e no fluido folicular, expressão dos genes ligados a resposta inflamatória e
esteroidogênese nas células da granulosa do folículo dominante. O grupo que
recebeu LPS teve uma temperatura retal maior (P<0,05; 40,42 ± 0,11) em relação ao
grupo controle (38,84 ± 0,10), comprovando a efetividade do tratamento com LPS. A
atividade de PON1 no soro (controle: 130,2 ± 5,13 U/mL, LPS: 99,62 ± 7,10 U/mL) e
fluido folicular (controle: 47,25 ± 4,40 U/mL, LPS: 30,57 ± 3,07 U/mL) foi maior no
grupo controle em relação ao grupo LPS (P<0,05), como um reflexo da resposta
inflamatória. Importante salientar que no fluido folicular a atividade da PON1 foi 50%
menor (P<0,05) em comparação ao soro. A expressão gênica nas células da
granulosa de genes relacionados a sintese de hormônios esteróides também foram
avaliados durante o nosso experimento, sendo observado que a expressão de StAR
foi significativamente reduzida no grupo desafiado com LPS (~90% de redução,
P<0.05). A expressão de genes ligados ao processo inflamatório também foram
avaliados nas células da granulosa, sendo observada diferença expressiva para
TLR4 e TNFα (~90% de redução, P<0.05). O nivel de estradiol intrafollicular não foi
diferente entre os grupos controle e LPS (P=0,24). Conforme os resultados deste
estudo, o desafio com LPS induz uma reposta inflamatória nas células da granulosa
de folículos dominantes, mediada pela via do TLR4 e resultando em redução da
expressão de TNFa. Além disso, esta resposta pode alterar a produção de
hormônios esteroides em longo prazo visto que a expressão de enzimas chave
neste processo (StAR) foi drasticamente reduzida, e, desta maneira pode
comprometer a maturação oocitária e posterior ovulação.