Esta tese tece uma discussão analítica em torno da educação linguística pautada nos padrões
imagéticos encontrados nos livros didáticos de língua inglesa, a partir de concepções como o
ensino de inglês numa perspectiva pluricêntrica, interculturalidade, multiculturalismo,
língua/cultura, adentrando também questões que tratam de crenças e formação docente, cujas
reverberações alcançam seu ápice no último capítulo. Dessa forma, objetivamos analisar as
imagens dos livros didáticos do PNLD de 2012, tendo como ponto de partida a concepção do
inglês como língua internacional/franca/pluricêntrica, que oportuniza aos aprendentes se
vejam inseridos como protagonistas de uma língua/cultura, pois, mesmo restando o
ultrapassado rótulo de ‘estrangeira’, dessa língua podem fazer uso em contextos em que é
possível a lide também com imagens. Em termos metodológicos, selecionamos as 7 (sete)
coleções, por se tratar de um momento singular para a história do ensino de línguas no Brasil,
sendo esta a primeira vez que os referidos livros de língua inglesa do ensino médio foram
incluídos pelo Programa Nacional do Livro Didático na área Linguagem, Códigos e suas
tecnologias (BRASIL, 2011, p. 07). Para prosseguirmos, baseamo-nos em critérios elaborados
para a escolha definitiva das 17 (dezessete) páginas, constituintes de nosso corpus, sendo 16
(dezesseis) imagens de entrada de unidades e 1 (uma) imagem do livro como um todo.
Procedemos à análise de uma a uma, cujo resultado se expressou da seguinte maneira:
qualitativa e quantitativamente, os países que fazem referência imagética ao Círculo Interno
de Kachru (1985) são predominantes, em decorrência dos espaços que esses elementos
imagéticos ocupam e como ocupam. Com base nas categorias da Gramática do Design Visual,
de Kress e van Leeuwen (2006), mais precisamente, a metafunção composicional e seus
sistemas inter-relacionados, concluímos: os leitores/observadores, no caso, os alunos, não são
envolvidos por uma concepção pluricêntrica do inglês, tendo em vista que a supremacia dos
nativos anglófonos e seus padrões linguístico-culturais imperam nas páginas, tendo primazia
as referências imagéticas à Inglaterra e principalmente aos Estados Unidos da América.