Esse estudo teve como objetivo identificar e quantificar as diferenças na emissão de metano, consumo e
digestibilidade aparente de ovinos mantidos em pastos de capim-massai (Panicum maximum x Panicum
infestum) em sistema silvipastoril sob lotação intermitente com diferentes espaçamentos arbóreos. O
experimento foi conduzido no setor de Forragicultura e Pastagens da FCAV, UNESP Jaboticabal, SP, no
período de janeiro a julho de 2015. Os tratamentos foram constituídos de dois espaçamentos entre árvores
de eucalipto (Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis) (6,0m x 1,5m e 12,0m x 1,5m) em sistema
silvipastoril (E6 e E12, respectivamente), e um tratamento que permaneceu sem árvores (SA). Foram
utilizados ovinos adultos, manejados sob lotação intermitente. Como critério de entrada dos animais no
pasto, foi utilizada a medida de 95% de interceptação luminosa do capim-massai. Como critério de saída,
foi utilizada a altura de 20 cm da planta forrageira. O delineamento experimental foi inteiramente
casualizado, com três tratamentos (arranjos arbóreos) e seis repetições (piquetes) no caso das variáveis de
altura e massa do capim-massai e cinco repetições (animais) das variáveis de digestibilidade, consumo e
emissão de metano (CH4). Os pastos foram avaliados em épocas do ano (águas e seca). Foi realizada a
análise de contrastes ortogonais (1º e 2º graus) para os ciclos de pastejo e teste de médias Tukey para
espaçamentos arbóreos (α=5%). Houve diferença significativa (p<0,05) entre os tratamentos para altura
do dossel forrageiro, relação entre massa seca de forragem verde:morta e massa seca de forragem do pré e
pós pastejo nos três ciclos, sendo o tratamento E6 o que apresentou os menores (p<0,05) valores em
relação aos demais tratamentos. Houve interação significativa (p<0,05) entre os ciclos de pastejo e
espaçamentos arbóreos para as médias de digestibilidade aparente da matéria seca (DMS). As médias de
DMS do ciclo de julho foram maiores (p<0,05) do que as do ciclo de março. No ciclo de julho as médias
de DMS variaram entre os espaçamentos arbóreos sendo no tratamento SA maiores (p<0,05) que o
tratamento E6. Houve interação significativa (p<0,05) entre os ciclos de pastejo e espaçamentos arbóreos
para as médias de consumo de forragem e de energia. O consumo de matéria seca (CMS) foi maior no
ciclo de pastejo de julho. Houve diferença significativa (p<0,05) entre os espaçamentos arbóreos somente
nas médias de CMS, consumo de energia bruta (CEB) e consumo de energia digestível (CED) do ciclo de
pastejo de julho, onde o tratamento SA apresentou maiores (p<0,05) médias em relação ao tratamento E6.
Houve interação significativa (p<0,05) entre os ciclos de pastejo e espaçamentos arbóreos nas médias de
emissão de CH4 pelos animais por dia e por ano (CH4dia e CH4ano). No ciclo de pastejo de julho, as
médias de CH4dia e CH4ano foram maiores (p<0,05) em comparação com as médias de março. As
variáveis de emissão de CH4 por unidade de consumo apresentaram diferenças significativas apenas para
ciclo de pastejo, onde julho apresentou menores (p<0,05) valores de emissão e CH4 por kg de matéria
seca consumida, por energia bruta consumida e por energia digestível consumida, quando comparado às
emissões do ciclo de pastejo de março.